sexta-feira, 2 de novembro de 2012

DIÁLOGOS 2 COM OUTRAS RELIGIÕES E COM NÃO CRENTES

DIÁLOGOS 2 COM OUTRAS RELIGIÕES E NÃO CRENTES
Chiara e um Bispo Anglicano
 
Dia da Reforma

31 Outubro 2012

No momento em que no mundo evangélico celebra-se o “Dia da Reforma”, propomos trechos do discurso que Chiara Lubich pronunciou no dia 27 de outubro de 2002, na catedral da Igreja Reformada, dedicada a São Pedro, em Genebra, Suíça.

No dia 31 de outubro, os cristãos evangélicos alemães, e os protestantes do mundo inteiro, celebram o “Dia da Reforma”. Recorda-se o início da Reforma de Lutero, que, em 1517, segundo um tradição, afixou as 95 teses no portão da igreja do castelo de Wittemberg (Alemanha). Muitas celebrações litúrgicas, leituras bíblicas, concertos musicais, são realizados nesse dia. Na Suíça a data é festejada no primeiro domingo de novembro.

Em 27 de outubro de 2002, Chiara Lubich foi convidada a falar na catedral Reformada de São Pedro, em Genebra, berço da Reforma protestante de Calvino. Foi introduzida pelo então presidente da Igreja protestante de Genebra, o pastor Joël Stroudinsk: «Daqui a alguns dias o protestantismo, na sua diversidade, festejará a Reforma. Para além do que constitui o seu aspecto específico, atualmente a reforma é compartilhada por outras confissões cristãs, aqui representadas, na sua diversidade. É a paixão pelo Evangelho. A vontade de imprimir a força de uma palavra que transforma o mundo na sua essência e no cotidiano, nos seus vários aspectos sociais, econômicos, políticos. É o desafio que a senhora Chiara Lubich… salientou. É com espírito de reconhecimento e de comunhão que a recebemos esta manhã, neste lugar».

Chiara Lubich – S.Pierre (27.10.2002)

Numa catedral lotada por mais de 1500 pessoas, Chiara começou o seu discurso com estas palavras: «No próximo dia 3 de novembro, aqui em Genebra, se celebrará o aniversário da Reforma, uma festa religiosa que almejo rica de dons espirituais para todos os cristãos das Igrejas Reformadas, meus amados irmãos e irmãs. Naquele dia, portanto, uma palavra ressoará com força: “reforma”, precisamente. Reforma, expressão que denota desejo de renovação, mudança, quase renascimento. Palavra especial, atraente, que significa vida, mais vida. Palavra que pode também suscitar uma pergunta: o substantivo “reforma”, o adjetivo “reforma”, tem valor unicamente para a Igreja que tem em Genebra o seu centro? Ou são palavras aplicáveis, de alguma maneira, a todas as Igrejas? Aliás, não foram, talvez, típicas da Igreja desde sempre?».

«Afirma – continuou Chiara – o decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II: “A Igreja peregrinante é chamada por Cristo a esta contínua reforma, da qual sempre necessita, enquanto instituição humana e terrena”1.  E se observarmos bem a história da Igreja, e especialmente os anos quando nós cristãos estávamos ainda unidos, veremos que Jesus, com o Espírito Santo, sempre pensou, quis, orientou a sua Esposa rumo a uma ininterrupta reforma, solicitando dela uma renovação constante. Por isso mandou sobre a terra, de tempos em tempos, dons, carismas do Espírito Santo, que suscitaram correntes espirituais novas ou novas Famílias religiosas. E, com estas, voltou a oferecer a homens e mulheres o espetáculo de uma vida evangélica totalitária e radical».

E concluiu: «Caríssimos irmãos e irmãs, nós entendemos: o tempo presente pede a cada um de nós amor, pede unidade, comunhão, solidariedade. E chama também as Igrejas a recomporem a unidade dilacerada há séculos. É esta a reforma das reformas que o Céu nos pede; é o primeiro e necessário passo rumo à fraternidade universal com todos os outros, homens e mulheres do mundo.  O mundo acreditará se nós formos unidos. Jesus disse: “Que todos sejam um (…) a fim de que o mundo creia” (Cf. Jo 17,21). Deus deseja isso! Acreditem em mim! E o repete, e o grita, com as circunstâncias que ele permite. Que ele nos dê a graça, se não de ver tudo isso realizado, ao menos de prepará-lo2».

Chiara Lubich, O diálogo é vida, Città Nuova Editrice, Roma, 2007.

Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

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