segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O NOSSO NATAL: TEXTOS

O NOSSO NATAL: TEXTOS
Fonte: www.focolares.org
O nosso Natal

8 Dezembro 2012

Na proximidade do Natal, propomos aos leitores um artigo de Igino Giordani publicado no jornal “Il Quotidiano” dia 24 de dezembro de 1944. Dar hospitalidade a Cristo que renasce em cada coração.

Para os antigos Cristo queria dizer rei. Mas Cristo foi um rei fora dos esquemas aceitos, que nasceu na estrebaria de uma família de lavradores, entre animais e pastores. Aonde outros soberanos vinham de cima, descendo dos tronos para dominar, ele veio de baixo, do último patamar, para servir: abaixo de todos para ser o servo universal. E fez com que a sua realeza consistisse nesse serviço.
Tudo é simples e encantador, como um idílio, nesse nascimento de um menino no coração da noite – no coração da noite dos tempos -; um menino enviado para salvar. Porque o mundo precisava ser salvo. Estava carregado de maldade, como que entremeado por uma doença, uma febre na qual a humanidade se desfazia. E Jesus trouxe a saúde e recuperou a vida; debelou a morte.
Quando apareceu o Salvador uma grande luz clareou a noite. A noite continua, mas continua também a luz, e no cristianismo é sempre Natal. Não se cede à morte, recomeça-se sempre. E até mesmo hoje, entre lágrimas, o Natal traz alegria. Deus desceu entre nós, e nós subimos a Deus. Ele se humaniza e nós nos divinizamos. O ponto de encontro é o Seu coração.
Do seu nascimento nasceu um povo novo. Como o anjo anunciou aos pastores assustados: “Não temais, eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo”. Alegria para todo o povo, ninguém é excluído, de nenhuma classe ou raça ou língua ou cor; porque lá onde existem descriminações incide a morte.
A Igreja existe por Cristo. Para que Cristo, assim como nasceu uma noite em Belém, renasça todo dia para cada um; e pede que não o rejeitemos, mas demos a Ele a hospitalidade do coração: ainda que seja esquálido como uma estrebaria, Ele se encarregará que transformá-lo num templo repleto de anjos.

Cada dia pode ser Natal
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

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23 Dezembro 2012
Chiara Lubich

É Natal!

O Verbo se fez homem e acendeu o amor na Terra.
É Natal!
E gostaríamos que nunca acabasse.
Ensina-nos, Senhor, como perpetuar a Tua presença espiritual entre os homens.
É Natal!
Que o Teu amor aceso na Terra arda nos nossos corações e nos amemos como Tu queres!
Então, estarás presente entre nós.
E cada dia, se nos amarmos, pode ser Natal.
Chiara Lubich
Da E volta o Natal, Cidade Nova Editora 1998, pág. 78/79
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

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Natal 2012: tempo para recomeçar

22 Dezembro 2012

Os votos de Maria Voce para o Natal e para o ano de 2013. A proposta de um ano jubilar, no qual dar espaço ao perdão recíproco e a um futuro de paz.

«Parece-me que Deus nos oferece este ano que inicia como um ano jubilar; não somente no sentido da alegria, mas no sentido de um ano em que se recomeça, cancelando todos os débitos. Queremos partir do zero, com um pacto de misericórdia concreto, verdadeiro, profundo. Um ano em que damos e pedimos perdão. E declaramos oficialmente que faremos toda a nossa parte para melhorar os nossos relacionamentos. O empenho em viver o amor ao irmão com uma intensidade renovada sustenta este nosso compromisso.
Com uma misericórdia que tudo espera, cobre sempre, confia, crê, experimentaremos uma anistia completa no coração, um perdão recíproco universal.
A todos, Feliz Natal! Quais “filhos de Deus” (Jo 1,12), segundo o poder que Jesus nos concedeu».
Maria Voce
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha
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O que significa o Natal para você?

25 Dicembre 1973 
                  
Em um artigo do dia 25 de dezembro de 1973, publicado na edição italiana da revista Cidade Nova, o jornalista Spartaco Lucarini pergunta a catorze personagens dos mais variados ambientes: O que significa o Natal para você? Eis a resposta de Chiara Lubich
O Natal - festa do nascimento de Jesus - é, para mim, a resposta de Deus e da Igreja a uma necessidade do coração: ouvir repetir todos os anos, mediante a recordação daquele acontecimento suavíssimo, simples e abissal, que Deus me ama.

Sim, se posso realizar na minha existência as aspirações mais profundas é somente porque Deus olhou também para mim, como para todos, e fez-se homem para me dar as leis da vida que, como luz no caminho, me fazem prosseguir com segurança em direção ao destino comum.

Mas o Natal, para mim, não é só uma festividade, embora cheia de significado. É um estímulo a trabalhar para pôr de novo na sociedade em que vivo a presença de Cristo, que está onde estiverem dois ou mais reunidos no Seu nome: quase Natal espiritual todos os dias, nas casas, nas fábricas, nas escolas, nas repartições públicas...

Este dia natalício, além disso, abre-me o coração sobre toda a humanidade. O seu calor ultrapassa o mundo cristão e parece penetrar em cada ângulo da terra, sinal de que aquele Menino veio para todos. De fato, é este o seu programa: que todos sejam um.

E depois, em cada Natal pergunto-me: quantos Natais terei ainda na vida? Esta interrogação, que não tem resposta, ajuda-me a viver cada ano come se fosse o último, numa espera mais consciente do meu dia de Natal: o "dies natalis", isto é, o dia que assinalará para mim o início da vida que não tem fim.

Chiara Lubich
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

O NOSSO NATAL: TEXTOS

O NOSSO NATAL: TEXTOS
Fonte: www.focolares.org
 
O nosso Natal

8 Dezembro 2012

Na proximidade do Natal, propomos aos leitores um artigo de Igino Giordani publicado no jornal “Il Quotidiano” dia 24 de dezembro de 1944. Dar hospitalidade a Cristo que renasce em cada coração.

Para os antigos Cristo queria dizer rei. Mas Cristo foi um rei fora dos esquemas aceitos, que nasceu na estrebaria de uma família de lavradores, entre animais e pastores. Aonde outros soberanos vinham de cima, descendo dos tronos para dominar, ele veio de baixo, do último patamar, para servir: abaixo de todos para ser o servo universal. E fez com que a sua realeza consistisse nesse serviço.
Tudo é simples e encantador, como um idílio, nesse nascimento de um menino no coração da noite – no coração da noite dos tempos -; um menino enviado para salvar. Porque o mundo precisava ser salvo. Estava carregado de maldade, como que entremeado por uma doença, uma febre na qual a humanidade se desfazia. E Jesus trouxe a saúde e recuperou a vida; debelou a morte.
Quando apareceu o Salvador uma grande luz clareou a noite. A noite continua, mas continua também a luz, e no cristianismo é sempre Natal. Não se cede à morte, recomeça-se sempre. E até mesmo hoje, entre lágrimas, o Natal traz alegria. Deus desceu entre nós, e nós subimos a Deus. Ele se humaniza e nós nos divinizamos. O ponto de encontro é o Seu coração.
Do seu nascimento nasceu um povo novo. Como o anjo anunciou aos pastores assustados: “Não temais, eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo”. Alegria para todo o povo, ninguém é excluído, de nenhuma classe ou raça ou língua ou cor; porque lá onde existem descriminações incide a morte.
A Igreja existe por Cristo. Para que Cristo, assim como nasceu uma noite em Belém, renasça todo dia para cada um; e pede que não o rejeitemos, mas demos a Ele a hospitalidade do coração: ainda que seja esquálido como uma estrebaria, Ele se encarregará que transformá-lo num templo repleto de anjos.

Cada dia pode ser Natal

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23 Dezembro 2012
Chiara Lubich

É Natal!

O Verbo se fez homem e acendeu o amor na Terra.
É Natal!
E gostaríamos que nunca acabasse.
Ensina-nos, Senhor, como perpetuar a Tua presença espiritual entre os homens.
É Natal!
Que o Teu amor aceso na Terra arda nos nossos corações e nos amemos como Tu queres!
Então, estarás presente entre nós.
E cada dia, se nos amarmos, pode ser Natal.
Chiara Lubich
Da E volta o Natal, Cidade Nova Editora 1998, pág. 78/79

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Natal 2012: tempo para recomeçar

22 Dezembro 2012

Os votos de Maria Voce para o Natal e para o ano de 2013. A proposta de um ano jubilar, no qual dar espaço ao perdão recíproco e a um futuro de paz.


«Parece-me que Deus nos oferece este ano que inicia como um ano jubilar; não somente no sentido da alegria, mas no sentido de um ano em que se recomeça, cancelando todos os débitos. Queremos partir do zero, com um pacto de misericórdia concreto, verdadeiro, profundo. Um ano em que damos e pedimos perdão. E declaramos oficialmente que faremos toda a nossa parte para melhorar os nossos relacionamentos. O empenho em viver o amor ao irmão com uma intensidade renovada sustenta este nosso compromisso.
Com uma misericórdia que tudo espera, cobre sempre, confia, crê, experimentaremos uma anistia completa no coração, um perdão recíproco universal.
A todos, Feliz Natal! Quais “filhos de Deus” (Jo 1,12), segundo o poder que Jesus nos concedeu».
Maria Voce
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A PRESENÇA DE JESUS NO CRISTÃO

A PRESENÇA DE JESUS NO CRISTÃO SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO



Chiara Lubich
Fonte: www.centrochiaralubich.org


A PRESENÇA DE JESUS NO CRISTÃO SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO

Rocca di Papa, 9 de outubro de 1978

O amor ao irmão tem as suas raízes em Deus, e Deus se revela na sua Palavra:

Chiara nos propõe uma leitura precisa do Novo Testamento em relação à presença de Jesus, leitura que deixa transparecer toda a riqueza da sua experiência.

Se consultarmos o Novo Testamento e, precisamente, os quatro Evangelhos, a primeira carta de São João e as cartas de São Paulo, encontraremos afirmações evidentes e, muitas vezes, estupendas sobre a presença de Jesus no irmão. Comecemos pelos Evangelhos.

Em alguns trechos, Jesus se identifica com os Apóstolos ou com os seus enviados; em outros se identifica com os seus discípulos; e em outros ainda, com cada homem. Pode-se compreender o sentido pelo contexto no qual suas palavras são pronunciadas.

Jesus presente nos Apóstolos 
 
A presença de Jesus nos seus Apóstolos é afirmada nos quatro Evangelhos com expressões que vão desde a acolhida, que não é simples hospitalidade, até o prestar ouvidos aos seus enviados. Eis alguns exemplos em Mateus: «Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou» .."

Em Lucas: «Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou» .." 

Em João: «Em verdade, em verdade, vos digo: quem recebe aquele que eu enviar, a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou» .

Neste mesmo contexto de missão Jesus se identifica também com a "criança" ou com o “pequenino", mas é possível que ele tenha usado estas palavras para indicar, também aqui, os seus enviados. De fato, havia pessoas enviadas por Jesus que não tinham grande prestígio entre o povo, que talvez pudessem mesmo vir a ser desprezadas. Jesus as apoia, quer suscitar nas comunidades cristãs amor para com elas e deseja que assim façam os seus seguidores, porque, por mais fracas e medíocres elas sejam, levam a Sua palavra.

O princípio judaico do Shaliah já dizia: «O homem enviado (Shaliah) por um outro é como se fosse quem o envia».

No Antigo Testamento, o enviado era considerado como «a boca» de quem o tinha mandado .

Portanto, é provável que Jesus tenha dado o significado de enviado também ao termo “criança” em Marcos: «Aquele que receber uma destas crianças por causa do meu nome, a mim recebe; e aquele que me recebe, não é a mim que recebe, mas sim àquele que me enviou» . E pode-se pensar que o mesmo sentido Jesus tenha dado aos "pequeninos" em Mateus: «E quem der, nem que seja um copo d'água fria, a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa» .

Esta presença de Jesus nos seus apóstolos, nos seus enviados, adquire um novo valor depois da morte e ressurreição de Jesus. 

De fato, depois da ressurreição, os apóstolos são incorporados a Cristo, e Cristo está presente neles realmente, misticamente. Então a palavra deles é eficaz por si mesma, porque é Jesus quem fala, e não somente porque eles são encarregados de transmiti-la. É Jesus quem age neles. Portanto, quem acolhe um dos apóstolos, depois da ressurreição de Jesus, faz a experiência do encontro com o ressuscitado que está presente nosapóstolos.

São Paulo evidencia isto, escrevendo: «[...] me recebestes como um anjo de Deus, como Cristo Jesus».

E ainda: «[...] tendo vós recebido a palavra de Deus, que ouvistes de nós, vós a abraçastes, não como palavra humana, mas como na verdade é, qual palavra de Deus que opera em vós, os fiéis».

E na segunda carta aos Coríntios: « [...] é Deus que vos exorta, por nosso intermédio ; e mais adiante: «[...] pois procurais uma prova de que é Cristo que fala em mim...».

Jesus presente nos discípulos

Além da presença de Jesus nos apóstolos, os Evangelhos nos atestam a presença de Jesus no cristão, no próprio contexto da vida de comunidade, formada pelos discípulos de Jesus. As palavras sobre a acolhida, que na origem diziam respeito somente aos enviados, foram depois generalizadas e aplicadas ao relacionamento entre os membros da comunidade cristã e, em particular, às relações com todos aqueles que se encontravam em necessidade: o amor pelos irmãos menores e necessitados deve ser considerado como dirigido a Jesus pessoalmente. 

Lucas narra: «Houve entre eles uma discussão: qual deles seria o maior? Jesus, porém, conhecendo o pensamento de seus corações, tomou uma criança, colocou-a a seu lado e disse-lhes: 'Aquele que receber uma criança como esta por causa do meu nome, recebe a mim, e aquele que me receber recebe aquele que me enviou; com efeito, aquele que no vosso meio for o menor, este será grande» .
Como em outros aspectos, também aqui Jesus estabelece uma transformação radical de valores: aquilo que os homens desprezam, ele coloca em relevo.

Para os cristãos, consequentemente, o mais pobre, o menor é, na realidade, o maior, o mais importante, porque Jesus colocou-se totalmente do lado dele, a ponto de proclamar que quem recebe um deles recebe a Ele mesmo.

Trata-se aqui do relacionamento entre cristãos e a intenção que conduz ao amor é conscientemente "sobrenatural": de fato, a acolhida deve ser feita - como diz Jesus - "em meu nome", com conhecimento de causa e para seguir o ensinamento do Mestre. Toda a vida de Jesus é um ensinamento extraordinário desta atitude para com os necessitados. Que Jesus se faz solidário com seus discípulos, sem distinção, mas de modo particular com os irmãos sofredores, dizem-no também as palavras que Paulo ouviu, a caminho de Damasco, para onde se tinha dirigido a fim de prender os cristãos: «Saulo, Saulo, por que me persegues?' . 'Quem és tu, Senhor?' perguntou ele. E este: 'Eu sou Jesus, a quem persegues'!».

Jesus presente em cada homem

O Evangelho afirma também a presença de Cristo em cada homem. Pensemos na visão cósmica do juízo final que se conclui com a afirmação: «[...] cada vez que fizestes isso a um desses meus irmãos mais pequeninos foi a mim que o fizestes» .
Mas sobre isto trataremos numa outra exposição.

Chiara Lubich

Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

domingo, 9 de dezembro de 2012

MARIA VOCE NAS SEMANAS SOCIAIS DA FRANÇA

MARIA VOCE NAS SEMANAS SOCIAIS DA FRANÇA




Fonte: www.focolares.org.pt

Maria Voce fala nas Semanas Sociais da França

24 Novembro 2012 
          
A presidente do Movimento dos Focolares discursa na 87ª sessão das Semanas Sociais, em Paris, dedicada este ano ao homem e à mulher. 

A intervenção de Maria Voce acontece no coração das Semanas Sociais 2012 (23-25 de novembro), na plenária da tarde do dia 24, sobre “Homens e mulheres na igreja”. Não é uma questão de poder, mas de amor, é a mensagem que brota do seu discurso sobre o assunto, abordado juntamente com o teólogo Alphonse Borras e a redatora-chefe da revista católica francesa Pèlerin, Anne Ponce.

Numa instituição na qual a hierarquia é masculina, qual reconhecimento dar à contribuição cada vez maior das mulheres? É a pergunta que orienta os trabalhos da tarde. Maria Voce intervém de boa vontade, apresentando o testemunho de uma mulher que dirige um Movimento com uma composição variada e uma difusão mundial, fundado por uma mulher, Chiara Lubich, e que – como determinado pelos Estatutos – será sempre guiado por uma mulher. Um Movimento que tem no seu DNA a unidade na distinção, pela qual o exercício da responsabilidade é praticado conjuntamente, por homens e mulheres.

Maria Voce salienta, antes de tudo, como a função do homem e da mulher deve se compreendida «à luz do desígnio de Deus sobre a humanidade. Criados por Deus “a sua imagem e semelhança” (Gen 1,26), eles são chamados a participar da Sua vida íntima e a viver em comunhão recíproca de amor, segundo o modelo de Deus que é Amor, Trindade. Por isso a dignidade do homem e da mulher tem seu alicerce em Deus criador. Se a mulher não pode ascender à carreira eclesiástica ela detém o maior dos carismas: o amor. A mulher pode espelhar-se em Maria, a maior criatura que jamais existiu, naquela que viveu o amor de modo perfeito».

Após ter percorrido em grandes linhas a história e a composição do Movimento dos Focolares, Maria Voce pergunta-se: «Como fazer para manter unidas todas essas pessoas, numa única família? No Movimento dos Focolares dá-se mais importância à vida do que às estruturas, ainda que úteis». Durante os anos, muitas vezes a Igreja colocou à prova esta estrutura «especialmente com relação à presença de uma mulher, Chiara Lubich, como fundadora e presidente. As tentativas de anexação ou de ser colocado sob tutela da hierarquia eclesiástica foram numerosas. Inicialmente parecia que na direção do Movimento deveria estar um homem e possivelmente um sacerdote. Chiara, e com ela o Movimento inteiro, sempre teve uma obediência incondicional ao desejo da Igreja. A frase evangélica “quem vos ouve a mim ouve” (Lc 10,16) devia ser sempre respeitada, ainda que a ela parecesse que ter um homem como chefe dessa Obra teria alterado a natureza própria dela. E Chiara, melhor do que ninguém, sabia que a Obra tinha nascido de Deus e não de um projeto humano».

Isso para sublinhar que «o reconhecimento da mulher na Igreja necessita de uma espécie de “luta”, isto é, da fidelidade a si mesmo, à própria consciência e, em última análise, ao plano de Deus. Mas uma “luta” que, nesse caso, teve para Chiara as características de uma “Páscoa”, ou seja, de morte e ressurreição, que permitiu a manifestação plena do desígnio de Deus, a Sua Vontade, sobre a função da mulher».


«Esta presidência feminina – continua Maria Voce – é muito significativa: indica uma distinção entre o poder de governo e a importância do carisma». É uma mensagem lançada à Igreja «para salientar a prioridade do amor, prioridade que não é um monopólio apenas feminino. É certo que a mulher, pela sua predisposição à maternidade, tem uma grande capacidade de amor, que permite que ela perceba interiormente o que o outro está vivendo, assim como só uma mãe pode fazer…». Maria Voce ressalta que o “verdadeiro” poder reside no amor evangélico que gera a presença de Jesus em meio à comunidade, afirmando que quando constrói-se algo sobre essa base «acontece uma reviravolta extraordinária».

«A unidade entre o homem e a mulher permanece sempre em um equilíbrio precário – continua a presidente dos Focolares -. Um deve sempre redescobrir o valor do outro, e ambos não esquecer que a diversidade é uma riqueza; nem devem cansar-se de recomeçar cada vez a percorrer o caminho régio do diálogo». E uma Obra que «quer testemunhar a unidade da família humana deve, antes de qualquer outra coisa, garantir a unidade em si mesma» – com a consciência – relembra na conclusão – «que qualquer estrutura eclesial não vive em função de si mesma, mas pelo bem da humanidade na qual encontra-se imersa».

Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"TENDE CORAGEM: EU VENCI O MUNDO!"

"TENDE CORAGEM: EU VENCI O MUNDO!"

ESPIRITUALIDADE: “TENDE CORAGEM: EU VENCI O MUNDO!”

Fonte: www.centrochiaralubich.org

“TENDE CORAGEM:  EU VENCI O MUNDO!”

Roma, 30 de abril 1960
Quando o mundo, com a sua superficialidade nos tira o respiro, e a vida, com os seus pesos e as provações nos sufoca, temos vontade de desistir. É neste momento que nasce a esperança Naquele em quem  "podemos esperar contra toda esperança"
Não é preciso ir muito longe para encontrar remédio e solução para as fumaças que contaminam a atmosfera do mundo. 
O Evangelho é a saúde eterna e quem, em nome dele e por ele, até morre, desaparecendo, mesmo em nossos dias, talvez ignorado por todos, vive.
Esse, porque amou, e perdoou, e defendeu, e não cedeu, é um vitorioso e, como tal, é acolhido nos páramos eternos.
Mas o Evangelho não há de ser apenas a regra da nossa morte; deve ser o pão cotidiano da nossa vida.
Passando pelas ruas de cidades tradicionalmente católicas, muitas vezes vem a tentação de duvidar da fé das pessoas. Afinal, nós sabemos quantos, também na nossa Itália católica, perderam o senso de Deus. E isso se vê, se sente, se sabe; e o cinema e o teatro, a televisão e a moda, a pintura e a música e os jornais o atestam.
Às vezes, certas situações nos deixam estarrecidos e uma sensação de desânimo nos assalta, vendo os inocentes juntamente com os adultos, imersos num mundo tão pouco cristão… É quando a fé — se ainda vive em nosso coração — nos sugere uma palavra de Jesus, daquelas eternas. 
E, atônitos, ficamos convictos e iluminados. Certos, sobretudo, de que aquela sua palavra tem a atualidade de sempre. E nasce no coração a esperança de que, nutrindo-nos dela, não só o nosso espírito encontrará a paz, mas com ela e por ela poderemos passar da defesa ao ataque contra o mal que nos circunda, pelo bem daqueles que amamos e desejamos ver salvos.
 “Tende coragem: eu venci o mundo !” (Jo 16,33).
Quando o tédio, a apatia ou a revolta ameaçam enfraquecer a nossa alma no cumprimento da vontade divina, devemos ir além. Com Jesus é possível que o “homem novo ” viva constantemente em nós, e as nuvens de fumaça do mundo que refreiam a nossa alma se dissiparão.
Quando a antipatia e o ódio nos induzirem a julgar ou detestar um irmão nosso, deixemos Cristo viver em nós e, amando, não julgando, perdoando, venceremos.
Quando nos pesam na alma situações que há anos se arrastam na família, na comunidade de trabalho — pequenas ou grandes desconfianças, ciúmes, invejas, tiranias — devemos desempenhar a função de pacificadores e mediadores entre as partes adversárias e recompor a unidade entre os irmãos em nome de Jesus, que trouxe esta ideia à terra, como a verdade, pedra preciosa do seu Evangelho.
Se nos cerca um mundo, como o político ou social, calejado por paixões, por carreirismo, esvaziado de ideais, de justiça e de esperança, não nos deixemos sufocar. 
Devemos confiar e não abandonar sobretudo o nosso posto e o nosso empenho: com Quem venceu a morte, pode-se esperar contra toda esperança.
(Ideal e Luz, Editora Brasiliense e Cidade Nova - São Paulo, 2003 - pág. 219-221)
 Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha