quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ECONOMIA DE COMUNHÃO NA CÁRITAS BRASILEIRA

ECONOMIA DE COMUNHÃO NA CÁRITAS BRASILEIRA


A ECONOMIA DE COMUNHÃO NA CÁRITAS BRASILEIRA

Fonte: caritas.org.br
Economia de Comunhão Para Superar a Crise

Focolares propõem cultura e prática da economia solidária

“Ao contrário da economia de consumo, baseada no ter, a economia da comunhão é a economia do doar”.

A frase de Chiara Lubich, escrita nas camisetas dos jovens voluntários do LoppianoLab, contém o sentido da Expo Econômica de Loppiano, aberta ontem, 20 de setembro.

São quatro dias de reuniões, debates, seminários, workshops, testemunhos, parcerias entre empresas, trabalhadores e cidadãos, estágios de jovens, experiências de formação universitária e política… Em suma, a sociedade civil comprometida com a discussão “Itália- Europa: um só canteiro de obras entre juventude, trabalho e inovação”.

Enquanto as sombras da crise parecem apagar a luz do sol, cinquenta empresas tentam criar sinergias para produzir inovação, trabalho e futuro na Itália. O LoppianoLab se apresenta como a convenção de empresas que fazem da economia da comunhão uma prática diária, com o compromisso de construir uma plataforma comum de diálogo e de inovação para alimentar a confiança e a esperança.

Eva Gullo, presidente da Economia de Comunhão, reiterou que “a inovação é o caminho para o emprego”. Por isso, “trabalho e inovação terão espaço privilegiado no lançamento de novos projetos e investimentos com foco nas áreas de energia renovável, agricultura e economia local”.

Francesco Tortorella, 35, presidente da Equivers, cooperativa de comércio justo que vende bolsas e roupas no Brasil e no Uruguai, contou que o LoppianoLab lhe ensinou “uma forma mais avançada de interagir com empresários e consumidores”: “Restabelecida a confiança e compartilhadas as dificuldades, nós podemos criar uma rede internacional de economia da comunhão, inclusive no campo dos operadores de turismo responsável”.

Inspirada e promovida por Chiara Lubich, a Economia da Comunhão é um projeto que engaja 800 empresas em todo o mundo, com foco na pessoa humana e motivado por uma cultura econômica orientada à gratuidade e à reciprocidade.

Luigino Bruni, coordenador do projeto, resume a ideia da Economia da Comunhão explicando que ela “se concentra na produção e no trabalho, e não na especulação e no lucro”.

Fonte: Antonio Gaspari, ZENIT.org


Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha, de Abaetetuba/Pa


domingo, 16 de setembro de 2012

CÍRIO E FESTA DE NAZARÉ: TURISMO, ECONOMIA E CULTURA NO PARÁ

domingo, 16 de setembro de 2012


CÍRIO E FESTA DE NAZARÉ: TURISMO, ECONOMIA E CULTURA

CÍRIO E FESTA DE NAZARÉ COM INFLUÊNCIA NO TURISMO, ECONOMIA E CULTURA DO PARÁ
Parte I

CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ: INFORMAÇÕES
Esta postagem inicia, a partir do texto abaixo, uma série de informações sobre o Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré, de acordo com o os vários acontecimentos que vão se desenvolvendo, até o final dos inúmeros eventos da Quadra Nazarena e até o dia final dessa quadra.

CÍRIO E FESTA DE NAZARÉ COMO TURISMO, ECONOMIA E CULTURA DO ESTADO DO PARÁ
 Virgem de Nazaré, Rogai por nós

Igreja de Nossa Senhora de Nazaré de
Abaetetuba

O Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré, que acontece no 2º domingo de outubro em Belém do Pará, está ganhando cada vez mais visibilidade e atraindo cada vez mais fiéis e turistas de todos os recantos do País.

No aspecto turístico da festa, espera-se a presença de mais de 75 mil turistas e que deverão movimentar mais de 28 milhões de dólares no Pará.

Um dos fatores que está determinando o aumento expressivo de romeiros e turistas no Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré foi o aumento das romarias, é isso está mexendo com tudo em Belém, seus bairros e cidades da sua Região Metropolitana. Com esse aumento considerável de romeiros e turistas a economia ganha como que uma nova dinâmica, principalmente nos setores de serviço, comércio, indústria e até a agropecuária, pois todas essas pessoas, além da participação no Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré, precisam ser bem acomodadas, daí a necessidade de mais, melhores e diversificados hotéis e restaurantes, e o comércio e indústria precisam oferecer cada vez mais opções aos turistas que sempre encontram novos produtos para comprar e que também querem levar consigo uma boa lembrança do Pará.

O setor do emprego em Belém aumenta consideravelmente sua oferta e o trabalho informal da Festa e Círio é uma boa oportunidade para as pessoas e famílias ganharem mais algum dinheiro.

Muitas casas dos bairros de Belém também estão se preparando para receber os parentes e amigos das famílias que residem nas cidades do interior do Estado e também os residentes em outras regiões do País, preparando acomodações e as compras dos materiais necessários para o tradicional Almoço do Círio feito com os parentes e amigos que vieram participar do Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré, a Padroeira dos Paraenses.

Sendo assim, o Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré demonstra a sua importância para toda a sociedade paraense, pois essa festa já é um dos maiores patrimônios culturais do Estado do Pará, que precisa ser cada vez melhor cuidado e preservado, pois é algo muito bonito e emocionante que o Estado tem a oferecer aos que vêm de fora.

 Tacacá, cultura do Pará

Blog do Ademir Rocha, de Abaetetuba/Pa

Parte II

CÍRIO E FESTA DE NAZARE : CONSIDERAÇÕES, CARACTERÍSTICAS E ASPECTOS A CONSIDERAR: 
 O Círio Como Patrimônio da Cultura Popular:

Quais as motivações que levam 2,5 milhões de pessoas a se prepararem durante meses e seguirem espontaneamente em procissão, durantes horas, em calor sufocante do sol à pino, uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré?

Era uma simples procissão católica que ao longo dos anos foi sempre crescendo, e saindo da órbita da própria Igreja Católica e se transformando numa manifestação popular que já extrapolou a dimensão local e se transformou em evento de dimensão nacional. Onde no Brasil e no mundo existe outra manifestação popular de tal porte todos os anos?

Mas foi só a religiosidade popular que levou o Círio de Nazaré, que acontece a cada 2º domingo do mês de outubro, a alcançar dimensões tão grandes? 

Ninguém pode negar que a religiosidade popular do povo paraense muito contribuiu para o crescimento e afirmação do Círio de Nazaré como uma das maiores manifestações católicas do mundo. Porque a procissão surgiu mesmo da fé popular aos santos em Belém e, em especial, no caso do Círio de Nazaré que surgiu cercado de lendas. Por certo que nos primeiros círios já existiam as motivações das promessas, as graças alcançadas, a proteção, as expiações de culpas, os ritos sagrados, o amor à Virgem Maria. Tudo isso é verdade e fazem parte das práticas católicas tradicionais. Mas atualmente não é toda a verdade, porque o Círio de Nazaré, ao longo dos anos, foi se transformando cada vez mais em uma manifestação popular que vai além de seu aspecto religioso, se transformando em uma festa dos católicos, não católicos e até é trans-religioso, isto é,  conseguiu abarcar pessoas de outras religiões.

Além do aspecto religioso a considerar no Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré, existem outras características e aspectos que hoje são levados em conta, pois também são questões que envolvem uma gama enorme de interesses, como por exemplo:

O Aspecto Econômico do Círio e Festa de Nazaré:

O Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré se transformou num importante fator econômico de Belém, sua área metropolitana e outros municípios do Pará. É um momento do turismo, dos serviços, das comunicações, do comércio formal, do comércio popular, da produção artesanal e do entretenimento, dos transportes e navegação, que são fatores que ocasionam uma forte expansão da economia de Belém e do Pará. Existem fontes confiáveis que dizem que quase a metade da população de Belém e romeiros de outros lugares, economizam o ano inteiro para gastarem na época do Círio e Festa de Nazaré e gastos em diferentes aspectos como alimentação, bebidas, vestuário e nas diversões dessa época.

Círio e Festa de Nazaré Como Celebração Comunitária:

Esse aspecto é interessante, porque alguns paradigmas de comportamentos são mudados. É a época em que o estranho se torna conhecido, o concorrente se transforma em parceiro, pois, nessa época, romeiros de todo o Pará e de outras regiões do Brasil e até do mundo, afluem à Belém e, muitos deles, se hospedam em casas de parentes e amigos. O Círio e após, o almoço do Círio, congrega as famílias.

A Corda do Círio Que Iguala a Todos: 
                               
A Corda que fica presa à Berlinda que leva a imagem da Santa, parece um momento de desespero. Porém se bem observada, veremos que todos os que procuram segurar a corda, veremos que aqueles milhares de promesseiros que se ajuntam nesse espaço,  se apertam, se protegem, se amparam, e caminham todos juntos e na mesma direção e sem preconceito de cor, idade ou classe social, todos igualados em um mesmo pensamento, no vestir anônimo e numa participação sem hierarquia de classes. Quem consegue segurar a Corda do Círio participa ao máximo da fé e cultura do Círio e na corda que une, o esforço individual se traduz em uma construção cultural. Enfim, na Corda do Círio, todos se fazem iguais nesse aspecto religioso e cultural do Círio. 

Depois, a Corda do Círio não é invenção recente. Vem desde a Era Provincial do Pará, quando os devotos procuravam agarrar a corda que ficava atada à Berlinda de Nossa Senhora de Nazaré, que já vinha sendo realizado anualmente na Província do Pará.

No início do Século XX essa tradição já estava enraizada à tradição do Círio de Nazaré. Em 1926 o Arcebispo Dom Irineu Joffily resolveu quebrar a tradição da Corda do Círio, tendo proibido essa prática, porém enfrentou a indignação geral do povo católico do Pará. Em 1931 essa prática foi restaurada pela intermediação do Interventor Federal, Magalhães Barata, diante da reclamação geral do povo, pela volta desse símbolo do Círio. Os arcebispos posteriores a Dom Irineu entenderam que segurar a corda, significava se agarrar, pela fé, à Nossa Senhora de Nazaré. 

Como é demonstrada a fé dos promesseiros que se agarram à Corda?

É um impressionante espetáculo ver aquela multidão de devotos se agarrar à Corda do Círio. Eles, compactados, lutam para conseguir seu espaço para empunhar a corda e seguir segurando a mesma durante a longa e demorada caminhada da grande procissão, não se importando pelo esforço físico, vestes encharcadas pelo suor, extenuados pelo esforço físico, sob a canícula inclemente, com os pés descalços, sendo pisoteados e maltratados. E tudo isso valendo a pena porque isso faz parte de sua fé em Nossa Senhora de Nazaré. E não se sabe de alguém que tenha sofrido pelo menos uma lesão grave ocorrida nessa penitência da corda. Segurar a Corda do Círio para esses devotos é expressar o seu agradecimento e significa o mesmo que segurar nas mãos da Virgem de Nazaré.
Portanto, impedir os devotos de assim exprimirem à sua gratidão à Santíssima Virgem ,significa romper uma tradição que já vem de seus pais, avós e bisavós, em tradição que já está arraigada como tradição do Círio e na cultura do paraense.

Se o Círio se torna mais demorado por causa da Corda do Círio, que se encontre um modo de se organizar a caminhada da corda mais rápida, como já vem acontecendo nos últimos anos e abolir essa tradição significa  desafiar a indignação que o fato causará. E também não permitir que os promesseiros e fiéis levem um pedacinho da Corda do Círio, é outro desafio para os organizadores da grande procissão. Todos querem ter um pedacinho da Corda para guardar como um objeto da devoção à Virgem de Nazaré e que foi conquistado com muito esforço e amor à Virgem santíssima.

CÍRIO E FESTA DE NAZARÉ COMO CULTURA DO PARÁ:

O Círio e Festa de Nazaré Como Aspecto Cultural do Pará e Brasil:

O Círio com a dimensão e grandiosidade que hoje tem, e que vem crescendo sempre mais a cada ano, se tornou culturalmente tão importante, que não se pode pensar o Pará sem o Círio e Festa de Nazaré. É o mesmo que se pensar no Rio de janeiro sem o seu Carnaval e o Brasil sem o Futebol. O Círio que veio de uma dimensão religiosa, foi agregando outras motivações da Cultura Paraense, como:
O Barco, o Rio e a Romaria Fluvial:

Belém, como grande parte das cidades paraenses, está cercada de rios, por onde navegam milhares de embarcações, que hoje fazem parte do cenário da cultura paraense e, levado por essa motivação é que temos, entre tantas outras romarias, a Romaria Fluvial, que hoje é parte integrante do Círio e Festa de Nazaré, onde centenas de embarcações vão prestar o seu tributo à Virgem de Nazaré.

Os Brinquedos de Miriti:

Os Brinquedos de Miriti de Abaetetuba fazem parte há longos anos do Círio e Festa de Nazaré. Ninguém sabe precisar ao certo o íniício dessa tradição que já tem mais de 200 anos, mas a idéia nasceu mesmo no primeiro Círio, por inspiração do Governador, que mandou organizar uma feira de produtos regionais para a ocasião. 
Ora, um dos maiores riscos de quem vive e trabalha nas águas é justamente o naufrágio e todos se agarram à Virgem de Nazaré na hora do perigo e depois de salvos, e mesmo sem os sobressaltos dos perigos do mar, que agradecem levando réplicas das canoas e barcos que escaparam de afundar, feitos em miriti, palmeira para qual a população ribeirinha encontrou diversas utilidades. Com uma polpa maleável, permite a confecção de um sem-número de objetos. Dos barcos a outros elementos da vida amazônica foi um passo e agora existe uma gama de brinquedos que enchem os olhos não só das crianças. A cobra que se contorce, os bonecos batendo no pilão, os pássaros que bicam a comida, o tatu que mexe a cabeça e o rabo, gaiolas com pássaros, coretos de praça, tudo o que se vê em volta da gente. Então, os Brinquedos de Miriti de Abaetetuba constitui uma cultura que já se incorporou também à cultura do Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré.

A Culinária Paraense no Círio e Festa de Nazaré:

O Almoço do Círio é o almoço feito após a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em família e com os amigos e como um ato de comunhão. O Almoço do Círio tradicionalmente é composto de farta mesa de comidas típicas, especialmente a maniçoba e o pato-no-tucupi, e que reúne toda a família e amigos e parentes chegados de outras partes do Pará e de outros estados, em verdadeiras festas de confraternização familiar. O tradicional Almoço do Círio é o dia em que a culinária paraense ganha ainda mais destaque. O Almoço do Círio tem a sua tradição, desde quando os promesseiros do Círio de Nazaré paravam na Casa de Plácido, quando eram agraciados com típicas comidas indígenas feitas com ervas e raízes. Hoje a culinária paraense chama a atenção para as iguarias cujo preparo peculiar, como a maniçoba e o pato no tucupi, já é objeto dos grandes restaurantes especializados de Belém. O Pato-no-tucupi, tradicional prato da culinária paraense e a Maniçoba também tradicional item da culinária da região, junto com outras iguarias paraenses, já fazem parte da Cultura do Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré.
A Imagem dos Santos, a Imagem da Virgem de Nazaré:
E quanto a imagem de Nossa Senhora, já falamos que a imagem em si não tem o Divino para ser adorado, mas é uma imagem que representa materialmente o Divino. É como uma igreja, monumentos e objetos sacros dos diversos cultos, que não são objetos de adoração, mas que representam o Divino. Ninguém em sã consciência vai dizer que precisa destruir ou derrubar uma igreja por que adoramos a igreja, mas amamos o Templo de Deus, porque ele representa o local onde se presta o Culto Divino. Maria não é divina e sua imagem também não é divina e todos temos consciência disso. Porém Maria é a Mãe de Deus e Jesus a nos entregou como nossa Mãe e, tanto de Cristo, feito Verdadeiro Homem, como de sua Mãe Santíssima, temos que ter suas imagens, porque as imagens simbolizam aquilo que está por trás, representam o Divino, a parte espiritual de nossa crença em Jesus, tão bem vivida por sua Mãe, a Virgem Santíssima, a Imaculada, a Bendita entre as mulheres, a Bem-Aventurada, aquela que deu o Seu Sim à Deus. E o próprio Deus, conforme nos falam as Sagradas Escrituras, mandou que se construísse a Arca da Aliança, que também era feita de matéria inanimada, porém para abrigar suas Leis, estas também esculpidas em pedra, e que se tornaram objetos sacros por aquilo que simbolizavam, isto é, conter e guardar Os Mandamentos de Deus, para os homens. E Deus ainda mandou que se fizessem imagens os querubins (anjos), Ex 25, 1022; Irs 6,23-28; 7, 23-26 e as imagens das serpentes abrasadoras, que significaram a força da Salvação que vem apenas de Deus e não das imagens dos deuses estrangeiros Nm 21, 4-9; Sab 16, 5-14.

As imagens e pinturas na Igreja, a partir dos primeiros séculos do Cristianismo, serviram como o Catecismo da Igreja Católica e tinham caráter pedagógico, pois a maioria dos primeiros crentes não sabiam ler e escrever e só podiam aprender os Mandamentos de Cristo através das pinturas e imagens.

A honra que nós católicos prestamos à Imagem de Nossa Senhora de Nazaré é apenas uma veneração respeitosa e não adoração. 

Então, o Círio e Festa de Nazaré congrega e identifica o Paraense, não apenas como membro ativo da cultura local, mas da cultura brasileira, amazônica, na pluralidade e diversidade que nos caracteriza e pela fé que os paraenses devotam à Virgem de Nazaré, conforme nos falam as Sagradas Escrituras.

Portanto, além do forte aspecto religioso do Círio e Festa de Nazaré, estamos diante de um patrimônio da cultura popular do Pará e Brasil, um patrimônio que ajuda a moldar a identidade do Pará e, por esse motivo, o Círio de Nazaré já foi tombado como Patrimônio Imaterial do Pará e do Brasil.

Blog do Ademir Rocha, de Abaetetuba/Pa, em 18/9/2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FESTA E CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ E SEUS SÍMBOLOS


IMAGENS E SÍMBOLOS DO CÍRIO DE NAZARÉ
































































EVENTOS, IMAGENS E SÍMBOLOS DO CÍRIO E FESTA DE NAZARÉ EM BELÉM E NO PARÁ

QUEM FOI MARIA NO DESÍGNIO DE DEUS PARA A HUMANIDADE E COMO DEVE SER A NOSSA RELAÇÃO COM A MÃE DE JESUS, A MARIA DE NAZARÉ:
Para que nossa relação com Maria não seja apenas uma relação de veneração e devoção à Mãe de Jesus, consideremos os seguintes aspectos da vida de Maria:
Como muitos outros mistérios da História de Salvação do Homem por Deus, Maria, como Mãe de Jesus, é um mistério de nossa fé cristã, e que deve se tornar para nós um ato de fé acreditar  que Maria faz parte da Salvação do Homem.
Conforme a História de Salvação do Homem, a figura de Maria começa a se configurar no Antigo Testamento e essa  História de Salvação do Homem é fartamente esmiuçada em diversas passagens dos Evangelhos, do livro dos Atos dos Apóstolos, das Cartas de São Paulo e dos demais Apóstolos e vai culminar no Livro do Apocalipse.
Vejamos a figura de Maria e do mistério que ela representa para nós, através de alguns aspectos retirados dos livros acima mencionados.
Ser a Mãe do Salvador é a culminância do mistério de Maria. Ser Mãe de Jesus, significa ser Mãe de Deus, daí o enorme mistério que esse fato envolve e por causa dessa Maternidade Divina, e em função dela, Maria foi conhecida de antemão por Deus e, portanto, Maria foi predestinada, chamada, justificada, santificada e glorificada conforme os Livros Sagrados acima citados e enfatizada em Rm 8,28 a 30: “Ora, nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem dos que O amam, daqueles que, segundo o seu desígnio, são eleitos” e Rm 29: “Porque os que de antemão conheceu, também os predestinou para serem à imagem de seu Filho, a fim de que Este fosse o Primogênito de muitos irmãos” Rm 30: “E aos que predestinou, a estes também os chamou; e aos que chamou, a esses justificou; e aqueles que justificou também os glorificou”.
Maria, portanto, para ser a Mãe de Jesus, a Mãe de Deus, foi pelo Pai ornada de todos os dons e carismas, conforme os Livros Sagrados citam: Cheia de Graça, Imaculada desde o primeiro instante da sua concepção (Conceição de Maria) e, portanto, Preservada do pecado original e de todo pecado, para ser a Mãe de Deus; Virgem, antes do parto, durante o parto e depois do parto; Elevada ao Céu em corpo e alma, porque Maria não estava sujeita ao pecado. E Maria, por ser a Mãe do Verbo Encarnado e do Filho de Deus feito Homem (Jesus para nós é o ápice da humanização do homem que cada um de nós deve almejar como cristão) e, portanto, Mãe de Deus, como foi proclamada no Concílio de Éfeso, em 431, que é tua Graça e tua Glória primordial nesse mistério do Amor de Deus pelo homem.
Maria deve ser proclamada como Mãe, que nos fala o Evangelho, quando no Calvário, seu Filho Crucificado te entrega João como Mãe e te entrega João como como filho e isto de Jesus agonizante que entregou seu sangue e a vida, tudo, num gesto final de seu Mandamento, quando entrega a própria Mãe, como ato de entrega a todos os seus Díscipulos e seguidores, até o fim do mundo e da história. Portanto, Maria, se tornou também a Mãe dos homens seguidores de Cristo e, portanto, a Mãe da Igreja de Jesus.
Maria, pela sua humildade, uma simples mulher, vinda ao mundo por Adão e Eva, mas predestinada a ser, conforme os Evangelhos, a “Bendita entre as mulheres” (Lc 1,42), a “Cheia de Graça”, aquela a “quem todas as gerações chamam Bem-Aventurada”, portanto, a mais perfeita discípula de Jesus e, por isso, modelo e exemplo para todos nós, que devemos ver em ti a nossa Mãe e nós como teus filhos que te veneram, te prestam devoção, mas que, acima de tudo, deve ser vista como nosso modelo de cristão e assim ser imitada como o rosto do novo homem redimido por Jesus Cristo em sua plenitude. Quem ama deve identificar-se com Maria. Só depois é que deve vir a veneração, junto com a reverência, a admiração e o amor de todos os devotos, peregrinos de tua Festa e Círio de Nazaré.
Maria, que disse “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”, e meditava em seu coração os planos misericordiosos de Deus para com os Homens e também meditava e guardava em seu coração os misteriosos desígnios de Deus para si e para a humanidade, conforme segue abaixo e também aplicava essas lições no amor e no serviço concreto aos irmãos, conforme “As bodas de Canâ”, quando intercede pelo bom vinho dado aos irmãos e os serviços que foi prestar à sua prima Isabel, conforme Lc 1, 39 a 56, com a visita à Isabel e quando esta disse: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” entre outras coisas e onde Maria cantou o seu Cântico de Amor, o Magnificat, onde, entre outras coisas diz: “A minha alma glorifica ao Senhor, e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humilde condição de sua serva. De fato, desde agora todas as gerações me hão de chamar ditosa porque me fez grandes coisas o Onipotente. ...Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e aos ricos despediu-os com as mãos vazias. ...”Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou para casa”.
O que se poder deduzir do encontro de Maria com sua prima Isabel? Maria não foi a Isabel para cantar o Magnificat, mas foi à serviço do irmão e encontrou receptividade em Isabel que reconheceu Maria como Mãe de Jesus, portanto Mãe de Deus e, por isso, também cantou esse Canto de Amor, que significa a visão social de Maria e os três meses com Isabel significa que Maria meditava, glorificava à Deus e amava o irmão.
Nós devemos recorrer sempre a Maria devido as nossas limitações, ocasionadas pelo pecado original e demais pecados e limitações humanas, pedir sempre a intercessão de Maria por nós e nossos irmãos conforme o que diz o “rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte” da nossa Ave-Maria.
E quanto a imagem de Nossa Senhora, que muitos criticam essa devoção, não devemos ver a louça, a madeira, o vidro, o barro ou outro qualquer material inanimado da imagem de Maria, mas o que está por trás, o que simboliza, conforme acima especificado. As imagens de Maria apenas procuram viabilizar o invisível e tornar sensível o espiritual, para melhor crescermos no Amor e na Misericórdia que o Filho de Maria, Jesus Cristo nos ensinou, para também sermos outros Jesus na Terra, portanto, outros filhos de Maria.
A FESTA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ EM ABAETETUBA:
Vários municípios do Pará e cidades do 
Brasil realizam a Festa e Círio de
Nossa Senhora de Nazaré
O mês de outubro se aproxima e os paraenses já começam a respirar os ares do Círio de Nossa Senhora de Nazaré que já começou em muitos lugares do Pará e tem o seu desfecho com o grandioso Círio de Nossa Senhora de Nazaré no 2º domingo de outubro.
Festa de Nossa Senhora de Nazaré, que é uma festa antiga de Abaetetuba, nascida sob a influência da Festa e Círio de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém, através dos devotos Aldemos Maués, Hildefrides dos Reis e Silva e outros nos anos de 1940, e celebrada na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e que agora é a 2ª maior festa de Santo em grandeza, que envolve todo o aparato religioso e musical já descrito nas demais festas, e agora é festa realizada em igreja própria, sito na Rua Magno de Araujo com Praça de Nazaré, com o dia da festa sendo realizado no dia 9/9/2012. Portanto, o clima da Festa e Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém já se faz sintir em Abaetetuba e muitas cidades do Pará e Brasil. Em Abaetetuba os artesões dos brinquedos de miriti há meses que já vêm desfrutando da euforia e devoção dessa festa pelos milhares de brinquedos que vêm fabricando e armazenando para levar para Belém.

Além da Festa e Círio de Nossa Senhora de Nazaré na sede do município, existem dezenas de comunidades nas regiões das Ilhas e Estradas de Abaetetuba que também realizam a festa de Nossa Senhora de Nazaré e algumas bem mais antigas que a festa da cidade, chegando a existir comunidades que celebram essa festa há mais de 200 anos. 

No Rio Tucumanduba a festa de Nossa Senhora de Nazaré é uma das mais antigas e concorridas do interior do município, fato que comprova que as festividades de Nossa Senhora de Nazaré são bem antigas no município, e que, como as Festas de Nazré das outras localidades, se constitui em uma das maiores expressões da tradição local, pois a mesma já acontece há dezenas de anos e a reza é no modelo tradicional com a ladainha antiga (cantada), reunindo durante os quinze dias iniciais de Setembro grande parte da população do rio, durante todos os dias de festa. Há venda de comidas típicas como tacacá, cocada, maniçoba, vatapá e uma infinidade mais de iguarias, que dão um "sabor" especial à festa. Na primeira e na última noite são realizadas festas dançantes, onde a frequência do público é muito maior, pois devido a tradição existente, atrai gente de outros rios, da sede municipal e até da capital do Estado, Belém.


FESTA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ EM VIGIA/PA:

Devemos também considerar que a introdução da devoção à Senhora da Nazaré, no Pará, foi feita pelos padres jesuítas, no século XVII a partir da atual cidade de Vigia, no Estado do Pará, sendo, portanto, a manifestação religiosa mais antiga do Pará e que já vem desde o ano de 1616 e a 84 anos antes do Grandioso Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Belém/Pa que se realiza no 2º domingo de outubro e com 15 dias de festejo. O Círio de Nossa Senhora de Nazaré na cidade de Vigia será realizado em 9 de setembro de 2012, esperando-se mais de 200 mil pessoas acompanhando essa procissão e a cidade já está sentindo o clima dessa festa.

A FESTA E CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ EM OUTRAS CIDADES DO PARÁ E OUTRAS REGIÕES DO BRASIL:

A Festa de Nossa Senhora de Nazaré, por influência da festa em Belém já é realizada em várias cidades do Pará e em outras regiões do Brasil, devido a migração de paraenses, que  por criar as procissões para estarem mais próximos de Belém, mesmo que pelo ato de Fé.
 
 A FESTA E CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ EM BELÉM E SUA REGIÃO METROPOLITANA: 

O Termo "Círio" tem origem na palavra latina "Cereus", que significa vela grande.
Embora o culto tenha se iniciado na povoação da Vigia,  foi a partir de Belém que a tradição ganhou corpo a partir do ano de 1700, quando Plácido, um caboclo, descendente de portugueses e de índios, andava pelas imediações do igarapé que hoje corresponde aos fundos da atual Basílica de Nazaré, quando encontrou uma pequena estátua de Nossa Senhora de Nazaré, que encontrava-se entre pedras lodosas e bastante deteriorada pelo tempo. Plácido levou a imagem consigo para casa, onde a limpou e improvisou um altar.

Mesmo levando a imagem para devoção em outros lugares de Belém, de acordo com a tradição local, a imagem sempre retornava, inexplicavelmente, ao lugar do achado, e por diversas ocasiões, até que, interpretando o fato como um sinal divino, o caboclo decidiu erguer às próprias custas uma pequena ermida (capela) no local, como sinal de devoção. A divulgação do milagre da imagem santa que sempre retornava ao local de origem atraiu a atenção dos habitantes da região, que passaram a acorrer à capela, para render-lhe homenagem.

O Círio é uma enorme manifestação de fé do povo paraense e brasileiro que acontece a cada ano no 2º domingo de outubro e a partir daí segue-se os 15 dias da Festa de Nossa Senhora de Nazaré. Essa festa de mais de 200 anos envolve o preparo de um ano inteiro para a sua realização e oenvolve muitas outras expectivas e esperanças no docorrer do ano para o povo paraense, quer no aspecto de fé, quer no aspecto econômico e também afetivo e é por tudo isso que a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré atrai uma multidão de mais de 2,5 millões de pessoas à essa grandiosa procissão, porém a Festa e Círio de Nazaré atrai mais de 6 milhões de pessoas às demais procissões que antecedem ou sucedem o grande Círio e nos 15 dias de festejo da Festa de Nossa Senhora de Nazaré em Belém, na chamada Quadra Nazarena.

AS PEQUENAS ROMARIAS:

Existem as pequenas ROMARIAS, feitas com a Imagem Peregrina ou réplicas dessa imagem, na jornada de evangelização, com novenas e reflexões evangélicas, em preparação espiritual para o Círio, nos 30 dias que antecedem o Grande Círio, com visitas a órgãos públicos de todos os níveis, casas, escolas. Essas procissões se iniciaram em 1972 e a partir daí vem sempre aumentando a cada ano e até pelo interior do Estado do Pará e outras capitais e cidades de outros estados. 

Pequenas Romarias em 2012:


Faltando menos de um mês para o Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré, o clima de fé já se faz sentir nos corações dos paraenses que se preparam para o grande dia do Círio e início da Quadra Nazarena. No seio de muitas famílias os preparativos começam com as Peregrinações da Imagem da Padroeira pelos lares paraenses, em uma tradição que já existe há 40 anos e que, só no ano passado de 2011, visitou mais de 110 mil lares na Região Metropolitana de Belém. Essas Peregrinações são realizadas diariamente em casas diferentes, famílias distintas que abrem as portas de suas casas para a entrada da pequena Imagem de Nossa Senhora de Nazaré e que consistem em novenas de Evangelização no seio dessas famílias.

Além das Romarias em Famílias existem as Romarias das Entidades e Órgãos Públicos de Belém:


Procissão da Polícia Civil:

Como os Policiais Civis de Belém e da sua Região Metropolitana têm que fazer a Segurança do Círio e Festa de Nazaré, dificilmente podem participar desses eventos devido o sobreaviso que ficam em relação ao Círio e aos variados eventos da Quadra Nazarena. Daí a criação, há 14 anos, do Círio da Polícia Civil. A 14ª edição do Círio da Polícia Civil aconteceu no dia 30/9/2012, que reuniu centenas de pessoas, com essas comemorações iniciando com uma Missa, celebrada pelo Pároco de Nazaré, na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, no bairro de São Brás. Após a Missa, teve início a procissão, que contou com Carros dos Anjinhos, banda marcial do Corpo de Bombeiros e apoio dos Escoteiros mirins de Belém e de grupos de motociclistas. A Berlinda com a Imagem  Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré percorreu a Avenida Magalhães Barata e outras ruas das proximidades, até chegar à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.

O Círio da Polícia Civil surgiu da necessidade que os servidores dessa corporação pudessem prestar suas homenagens à Padroeira do Pará, Nossa Senhora de Nazaré. O 1º Círio da Polícia Civil aconteceu em 1999 e, desde essa data vem sendo realizado e atraindo os policiais civis, como também seus familiares, amigos e moradores das proximidades da Delegacia Geral. Muitos fazem questão de participar do evento para agradecer as graças alcançadas e para homenagear a Virgem de Nazaré. Esse Círio, como os demais, também se torna um momento de confraternização, de rever os amigos e renovar os laços de amizade. Todos os anos o Círio da Polícia Civil vem reunindo cada vez um maior número de pessoas, inclusive fiéis de fora dos quadros da Polícia Civil.

Procissão da Cruz Vermelha:

A Procissão do Círio da Cruz Vermelha já acontece há 11 anos, tornando-se um momento de agradecimento dos voluntários e dirigentes da Cruz Vermelha, como também os familiares e amigos, em Belém. A procissão aconteceu no dia 29/9/2012, saindo da sede da Cruz Vermelha em Belém, contando com missa, procissão e bênçãos com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. A procissão aconteceu nas ruas próximas à sede da Cruz Vermelha, na Avenida Gentil Bitencourt e ruas das proximidades.
AS ROMARIAS:

As Romarias de Nossa Senhora de Nazaré são feitas com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em municípios da Região Metropolitana de Belém e em muitos municípios do Estado do Pará e em outras Capitais e Cidades do Brasil.

TRASLADO DE NOSSA SENHORA:

Procissão que marca o percurso da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, da Basílica de Nazaré, pelas ruas da cidade, até a igreja matriz, no município de Ananindeua, município vizinho a Belém. Percurso este, feito em carro aberto, onde Nossa Senhora recebe inúmeras homenagens. A imagem da Santa passa a noite neste município, onde o povo fica durante toda à noite em vigília. Essa Romaria acontece de sexta para sábado, que antecede o domingo do círio. Esta romaria normalmente sai as 9h da Basílica de Nazaré, e segue pela Avenida Nazaré, Avenida Almirante Barroso, BR-316, Ananindeua, Marituba e volta para Ananindeua até a Igreja Matriz.

ROMARIA RODOVIÁRIA:

Depois de uma noite em Ananindeua, e uma missa pela manhã, a imagem parte de madrugada em mais uma procissão, agora em uma nova direção, a Vila de Icoaraci, distrito de Belém. Mesmo sendo de madrugada, os fiéis aguardam a passagem da Santa, rendendo-lhe inúmeras homenagens. A procissão é acompanhada pelos carros da diretoria do círio, carros de polícia, bombeiros, ambulâncias, carros oficiais e civis. Daí a origem do nome da romaria.

CÍRIO FLUVIAL:

Nesta romaria, a imagem da Santa é levada por mais de 400 embarcações de todos os tipos e tamanhos, enfeitadas e coloridas, pela Baia do Guajará, baia esta que cerca a cidade de Belém, e é seguida por inúmeros outros, enfeitados de acordo com as condições do próprio dono. Aqui se vêem barcos, iates e simples canoas de ribeirinhos que seguem a procissão. O percurso Icoaraci-Belém pode levar até 5 horas, a partir das 9h, depois de percorrer 18km. Ao chegar no cais do porto da cidade, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré é recebida por uma multidão e outras homenagens se seguem. A romaria foi introduzida em 1985, como uma forma de homenagear a todos os que vivem e dependem dos rios da região, como a população ribeirinha, que devido suas condições não pode se dirigir a Belém, e com isso, pode fazer suas homenagens. Após desembarcar no Cais do Porto de Belém, na Praça Pedro Teixeira, por volta das 11,30h e de lá segue a Moto-Romaria.

MOTO-ROMARIA:

A MOTO-ROMARIA, que é a continuação do Círio Fluvial, formada por milhares de motos, que inicia a partir do momento em que a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré desembarca no Cais do Porto de Belém, após o Círio Fluvial.

Por volta das 11h da manhã de sábado a imagem da Santa chega ao cais de Belém, dali a imagem segue em carro aberto agora seguida por motoqueiros, que buzinam incessantemente, anunciando a passagem da Santa, o povo pára nas ruas seus afazeres, saem de suas casas, e saúdam a Virgem, com as mãos levantadas, como a pedir a bênção. A Romaria se estende pelas ruas da cidade até o Colégio Gentil Bittencourt, onde uma outra multidão de fiéis espera a Imagem. E à noite, logo após a missa, dará início a Trasladação.

A TRASLADAÇÃO:

A Procissão da Trasladação da imagem ocorre uma noite antes do Círio, em uma procissão à luz de velas. Simbolicamente visa recordar a lenda do descobrimento da imagem e o retorno ao local de seu primeiro achado. Nesta cerimonia somente a Berlinda, que é o carro onde é levada a imagem de Nossa Senhora, é utilizada num trajeto em sentido inverso ao do Círio. Essa procissão já é uma enorme procissão que congrega mais de 1,5 milhão de romeiros.

O CÍRIO DE NAZARÉ:

A grande procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazré reúne cerca de 2,5 milhões de pessoas, em um cortejo que chega a durar cerca de 4 a 5h, percorrendo uma distância de cerca de cinco quilômetros entre a Catedral Metropolitana e a Basílica de Nazaré. O Círio é iniciado às 6h da manhã com a celebração de uma missa, após a qual os fiéis se postam nas ruas ao longo do trajeto. Às 7h, o Arcebispo conduz a imagem de Nossa Senhora até a Berlinda, para dar início ao Círio. São pessoas vindas de todos os recantos do Pará, do Brasil e do mundo, entre estes muitos turistas que abarrotam os hotéis da Capital e municípios metropolitanos. É uma festa de fé, um grande congraçamento entre pessoas de origens, cores, classes e crenças diferentes, tudo na alegria e paz. A procissão do Círio de Nazaré foi oficializado em 1793 e, inicialmente, não tinha dia definido para acontecer. Oficialmente, a partir de 1901, sempre acontece no 2º domingo do mês de outubro de cada ano.

O CÍRIO DAS CRIANÇAS:

O Círio ou Romaria das Crianças, com cerca de 300 mil devotos, principalmente crianças, que existe há 22 anos e reune adultos e crianças de diversos municípios paraenses. Esse círio se caracteriza por ser um momento familiar na Quadra Nazarena. Esse Círio sai da Praça Santuário às 8h e percorre um trajeto de 3km pelas ruas do bairro de Nazaré e com chegada às 20h30 na mesma Praça.

A CICLORROMARIA:

A Ciclorromaria, que sai às 8h30 e percorre cerca de 14km na homenagem dos cerca de mil ciclistas à Virgem de Nazaré. A romaria inicia e termina na Basílica-Santuário de Nazaré, iniciando às 8h30 e terminando às 10h30.

A ROMARIA DA JUVENTUDE: 

A Romaria da Juventude, que acontece à tarde do mesmo dia da Ciclorromaria e iniciando às 16h com a presença de 17 mil jovens. Essa romaria já existe há 10 anos, com percurso de 4,5km, saindo da Igreja de Santa Maria Goreti e com chegada às 17h30 na Praça Santuário. A Romaria da Juventude é a mais alegre das procissões da Quadra Nazarena, com orações, pregações, cânticos. Depois da chegada acontece a Missa na Praça Santuário.

O RECÍRIO:

Duas semanas após o Círio, acontece o Recírio, uma procissão de despedida feita no dia imediato ao Dia da Festa de Nossa Senhora de Nazaré e para levar de volta a imagem da Santa ao seu nicho na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

A FESTA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

A Festa de Nossa Senhora de Nazaré, com 219 anos de existência, realizada em Belém, é uma devoção iniciada em 1700 pelo caboclo Plácido José de Souza e foi oficialmente criada em 1793 pelo 5º Bispo do Pará, D. João Evangelista, que colocou Belém sob a proteção da Virgem de Nazaré, que iniciou com missa cantada e procissão, que atualmente dura 15 dias a partir do Círio realizado no 2º domingo de outubro de cada ano. A devoção a Nossa S. de Nazaré foi trazida pelos portugueses no século XVII e se iniciou a 6/1/1616 na pequena Freguesia de Nossa S. de Nazaré, hoje cidade de Vigia de Nazaré. Nossa S. de Nazaré é a padroeira dos paraenses, a sua medianeira, intercessora e mãe que provém a todos que nela acreditam com muitas graças e milagres alcançados durante o ano inteiro.

IMAGENS E SÍMBOLOS DA FESTA E CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

O Círio e Festa de Nossa Senhora de Nazaré tem vários objetos e circunstâncias simbólicas que podem ser apreciados durante o trajeto das diversas procissões e do grandioso Círio de Nossa Senhora de Nazaré e durante todo o tempo do decurso da Quadra Nazarena:

A IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

A Imagem de Nossa Senhora de Nazaré original, tem 28 cm de altura, cabelos sobre o ombro direito e que carrega ao colo o MENINO JESUS, este despido e com um globo nas mãos. Aos pés da Virgem existe a cabeça alada de um anjo. Essa foi a imagem encontrada pelo caboclo Plácido José de Souza em 1700, e que foi usada nas procissões até 1969 e que, posteriormente, foi substituída pela atual IMAGEM PEREGRINA, porque sai às ruas em todas as procissões e cerimônias oficiais da festa de Nazaré e que tem 40 cm e foi esculpida pelo italiano Giacomo Mussner, que traz traços da mulher amazônica e o MENINO JESUS que recebeu características indígenas e caboclas. A imagem original fica guardada em uma redoma de cristal no altar-mor, o Glória, entre anjos, nuvens e um belo esplendor de raios. De lá ela só é retirada uma vez por ao ano, numa cerimônia conhecida como “Descida da Imagem” ou “Descida do Glória”, que ocorre na véspera do Círio, às 13 horas, onde fica guardada durante os 15 dias da festa no presbitério, mais perto dos devotos, na Basílica-Santuário de Nazaré e a Peregrina fica guardada na Basílica-Santuário de Nazaré e que tem uma réplica em uma redoma na Praça de Nazaré e que está aberta às visitas durante o período da Festa de Nazaré. Milhares de outras réplicas da Virgem de Nazaré, em diferentes tamanhos, são vendidas durante o período da Festa Nazarena. Pois bem, milhares de cópias da Imagem Original e também da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré são distribuídas ou vendidas aos milhares pelos comerciantes ambulantes, camelôs e lojas especializadas.

A BASÍLICA-SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

A Basílica-Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, grandiosa, antiga e bela Igreja-Templo e que se iniciou como pequena ermida, que era uma choupana de palha, para abrigar a imagem da Virgem de Nazaré, encontrada pelo Caboclo Plácido José de Souza em 1700 e que deu início à devoção à Virgem de Nazaré, em Belém. Com o passar dos anos e com o aumento da devoção, a choupana foi substituída por outra edificação mais estável, que por sua vez foi substituída pelo majestoso templo que guarda a Imagem encontrada pelo caboclo Plácido e cuja devoção aumentava de ano para ano e cuja Igreja se enche de mais brilho e explendor no decorrer da Quadra Nazarena. Todos querem vê-la, fotografá-la e adentrá-la movidos pelo seu fervor de devotos.

OS HINOS E CANTOS A NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

Os Hinos e Catos à Nossa Senhora de Nazaré,s HINOS E CANTOS, que hoje são dezenas, cantados nos eventos, novenas e procissões da Festa de Nossa S. de Nazaré. O mais antigo, conhecido e popular é o hino “Vóis Sois o Lírio Mimoso”, composto em 1909 pelo maranhense Euclides Correa de Faria e musicado pelo paraense Ernesto Antonio Dias, modificado o estribilho, com a introdução do nome de Nossa Senhora de Nazaré, pelo advogado Dr. Aldebaro Cavaleiro de Macedo. Esse hino caiu nas graças do povo e passou a ser cantado durante as procissões da Festa de Nossa Senhora de Nazaré. Os corais e os devotos cantam os hinos no Círio, demais procissões, novenas e missas e ele vem impresso em praticamente todos os tipos de ventarolas distribuídas no comércio e nas diversas procissões da Festa de Nazaré, principalmente no Círio e são cantados e gravados pelos artistas locais e nacionais.

A BERLINDA:

A Berlinda, construída com riquezas de detalhes em madeira, que serve de proteção e transporte da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, em meio a cores e flores e que é um dos ícones das procissões da Virgem de Nazaré, muito exaltada pelos fiéis que a vêem ou tocam com muita emoção e que dá mais esplendor à pequena imagem da Vigem de Nazaré e hoje é transportada no Carro da Berlinda, tanto na Trasladação como no Círio da Santa. Segundo a lenda o uso da Berlinda já vem desde o ano de 1793, porém, sabe-se que o uso da berlinda nas procissões do Círio de Nazaré, vem desde 1855, substituindo a carruagem puxada por cavalos ou bois. A Berlinda, desde essa data, já está em sua 5ª versão e é constantemente reformada e mantendo o estilo barroco. Muitas réplicas da Berlinda de Nazaré são vendidas durante a quadra nazarena.

O MANTO:

O Manto, que segundo a lenda da imagem encontrada pelo caboclo Plácido já possuía MANTO, e este envolve a pequena Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que é obra artesanal, ricamente bordada e adornada com cristais e jóias. Esse costume antigo era realizado por anônimos até 1953, pelas Filhas de Maria,  e a partir daí era feito pelas irmãs da Congregação das Filhas de Sant’Anna, do colégio Gentil Bittencourt até 1973 e partir dessa data foi confeccionado pela aluna Ester Paes França e até 1992. Daí em diante vários devotos passaram a confeccionar o manto. Muitas réplicas do manto da Virgem de Nazaré são oferecidos no comércio especializado de Belém. A confecção do manto é toda envolvida em clima de mistério, feitas com a ajuda de doações, quase sempre anônimas.

OS PROMESSEIROS:

Os Promesseiros, das cordas e outros milhares de pessoas, pagando suas promessas à Virgem de Nazaré, de todas as formas: carregando os objetos da graça alcançada, cruzes, partes em cera do corpo e miniaturas de casas, barcos, tijolos, potes com água e muitos outros tipos de objetos. As promessas são de vários tipos: de pés descalços, em longas caminhadas (promesseiros que vêm à pé de outras cidades vizinhas), caminhadas de joelhos no asfalto, mãos nas cordas das romarias, ex-votos (partes do corpo em cera).

OS ROMEIROS:

Os Romeiros, são todas as pessoas que acompanham as procissões, especialmente o Grande Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Na Procissão da Trasladação são mais de um milhão de devotos e na Procissão do Círio são mais de dois milhões e meio de pessoas.

OS DEVOTOS:

Os Devotos, que em sua maioria são católicos, porém existindo pessoas que depositam sua fé em na Virgem de Nazaré e que são de diversas religiões e que acompanham ou não as procissões da Festa de Nazaré são os mais de 6 milhões de pessoas que afluem às diversas Romarias, especialmente ao grande Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

O ALMOÇO DO CÍRIO:

O Almoço do Círio é o almoço feito após a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em família e com os amigos e como um ato de comunhão. O Almoço do Círio tradicionalmente é composto de farta mesa de comidas típicas, especialmente a maniçoba e o pato-no-tucupi, e que reúne toda a família e amigos e parentes chegados de outras partes do Pará e de outros estados, em verdadeiras festas de confraternização familiar. O tradicional Almoço do Círio é o dia em que a culinária paraense ganha ainda mais destaque. O Almoço do Círio tem a sua tradição, desde quando os promesseiros do Círio de Nazaré paravam na Casa de Plácido, quando eram agraciados com típicas comidas indígenas feitas com ervas e raízes. Hoje a culinária paraense chama a atenção para as iguarias cujo preparo peculiar, como a maniçoba e o pato no tucupi, já é objeto dos grandes restaurantes especializados de Belém.

O Pato-no-tucupi, tradicional prato da culinária paraense, é acompanhado de arroz branco e a Maniçoba também tradicional item da culinária da região. Nos hoteis e restaurantes de Belém também o Pato-no-tucupi e a maniçoba podem ser encontrados em preparos mais sofisticados que os das casas de Belém.

A CORDA:

A Corda foi introduzido no Círio de Nazaré por um motivo bem prosáico em 1855, onde, presa por animais, ajudava a retirar a Berlinda dos antigos atoleiros das ruas por onde o Círio passava. A Corda hoje é o espaço disputado para  pagamento de promessas dos romeiros. A corda, que sustenta a fé na padroeira dos paraenses, possui a média de 400 metros de comprimento e pesa aproximadamente 700 quilos, de puro sisal torcido, que requer maior sacrifício físico e emocional. Incorporada à celebração em 1868, originalmente substituía a junta de bois que até então puxava a berlinda da imagem; posteriormente passou a ser utilizada para separar a berlinda e o carro dos milagres juntamente com os políticos e signatários, da multidão que a acompanha e assim conservar um equilíbrio perfeito característico da fé aliada a obediência. No ano de 2005 a direção do Círio, modificou o formato da corda, que ao invés de contornar a berlinda como normalmente era feito, a corda ainda do mesmo tamanho, veio na forma de um rosário, na tentativa de que não ocorressem atrasos no traslado, como já havia ocorrido anos antes.

A Corda do Círio e da Trasladação, hoje é símbolo indispensável de devoção, seguradas pelas mãos de centenas de pessoas, em verdadeiro sacrifício de fé pelas graças e milagres alcançados por promessas a Nossa Senhora de Nazaré. No fim da procissão do Círio a corda é feita em pedacinhos e cada pedaço é como um grande troféu para o promesseiro que passou tantos sacrifícios segurando a grossa corda durante todo o trajeto da grande procissão.

A Corda do Círio 2012:
      
A diretoria da Festa e Círio de Nossa de Nazaré apresentou em 25/9/2012, no Centro Social de Nazaré, a Corda do Círio 2012. Ela foi confeccionada em fibra de sisal e medindo 800m, com diâmetro de duas polegadas e pesando 1.250kg e, sendo um dos maiores símbolos do Círio, essa corda foi confeccinada em Santa Catarina/SC e foram necessários 7 dias de viagem rodoviária para a Corda chegar em Belém. Como medida de maior agilidade na procissão do Círio, a Corda já veio dividida em pedaços de 50m cada e com as devidas argolas para o momento do desatrelamento da Berlinda que carrega a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
Cerca de 400m dessa Corda já serão usados na Procissão da Trasladação da Imagem de Nossa Senhora de Nazaré e os outros 400m serão usados no Círio.
A chegada da Corda do Círio de Nossa Senhora de Nazaré é sempre um momento de grande importância para a Diretoria da Festa e dos fiéis, devido se constituir num dos maiores símbolos do Círio. Imaginemos se essa Corda não chegasse para a procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré?
O corte da Corta este ano deverá ser realizada dentro do que foi programado, sem precipitações por parte dos promesseiros e que todos devem levar o seu pedacinho da Corda como lembrança de seu sacrifício à Virgem de Nazaré.
AS VELAS OU CÍRIOS:

As velas, ou círios, são feitas de cera, em vários formatos, retratando partes do corpo humano, ou ainda, uma vara de cera da mesma altura do pagador da promessa. As velas, são um símbolo da fé dos promesseiros, que através delas, 'pagam' a uma graça alcançada.

OS CARROS DE PROMESSAS:

Os carros de promessas ou dos milagres, que recolhem os ex-votos ilustrativos das graças alcançadas pelos fiéis.

AS BLUSAS E CAMISAS COM A IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

As Blusas e Camisas de Nossa Senhora de Nazaré começaram a ser introduzidas nos Círio de Nossa Senhora de Nazaré e rapidamente se tornaram como outro símbolo de fé para o povo paraense. São milhares e milhares de camisas e blusas que se vêem durante o trajeto do Círio e muitas que são levadas como lembranças pelos fiéis e devotos de Nossa Senhora de Nazaré.

OS BRINQUEDOS DE MIRITI NA FESTA E CÍRIO DE NAZARÉ:

Brinquedos de Miriti de Abaetetuba na 
Festa e Círio de Nossa Senhora de Nazaré 

Nos tempos mais recuados da história do Círio de Nazaré, os Brinquedos de Miriti de Abaetetuba eram trazidos junto com toda a parafernália que os caboclos de Abaeté traziam para participar do Círio de Nazaré. Como esses brinquedos começaram a despertar o interesse das crianças e outras pessoas, os Brinquedos de Miriti passaram a se constituir um meio de renda para os ribeirinhos do município tocantino onde a palmeira miritizeiro era parte integrante e abundante das várzeas dos rios e igarapés e, após muitos anos das vendas dos Brinquedos de Miriti através das tradicionais girândolas (cruzes feitas dos próprios braços de miriti onde são espetados dezenas de Brinquedos de Miriti), passaram a despertar o interesse dos governantes, associações de classes e órgãos da cultura que organizaram a chamada Feira do Miriti, inicialmente pelas praças de Belém e, em 2011, ficou localizada na Estação das Docas, que é o lugar de maior afluência de turistas de Belém/Pa.
Um pouco dessa história:                         
·        
·    No sábado, véspera do Círio, o Bairro da Cidade Velha, que era o palco do início da procissão, adquire novas cores, um mundo de cores para homenagear à Virgem de Nazaré, os artesãos de Abaetetuba que trazem os Brinquedos de Miriti. Impossível não olhar para a praça cheia de girândolas onde balançam cobras, tatus, barcos, a vida e a cor da Amazônia.
Esses brinquedos de mais de 200 anos se tornaram os Brinquedos do Círio de Nazaré, porque só na véspera da procissão é que se via este colorido pelas ruas. O Brinquedo do Círio acabou se tornando também a Cara do Pará e que mostra que a Festa de Nazaré não é só de Belém.
Os Brinquedos de Miriti

Em Abaetetuba os preparativos para o Círio começam assim que chega o verão, quando os artesãos saem em busca dos talos de miriti, a  Mauritia flexuosa, uma palmeira que embeleza as margens dos rios e igarapés. Do miolo macio saem barcos, bichos, gente; das mãos dos artesãos vai saindo beleza, parece que este é o destino do miriti. 

Ninguém sabe precisar ao certo o íniício dessa tradição que já tem mais de 200 anos, mas a idéia nasceu mesmo no primeiro Círio, por inspiração do Governador, que mandou organizar uma feira de produtos regionais para a ocasião.
Ora, um dos maiores riscos de quem vive nestas águas é justamente o naufrágio e todos se agarram à Virgem de Nazaré na hora do perigo e depois de salvos ou sem passar pelos perigos dos que vivem no mar, que agradecem levando réplicas das canoas e barcos que escaparam de afundar, feitos em miriti, palmeira para qual a população ribeirinha encontrou diversas utilidades. Com uma polpa maleável, permite a confecção de um sem-número de objetos.

Dos barcos a outros elementos da vida amazônica foi um passo e agora existe uma gama de brinquedos que enchem os olhos não só das crianças. A cobra que se contorce, os bonecos batendo no pilão, os pássaros que bicam a comida, o tatu que mexe a cabeça e o rabo, gaiolas com pássaros, coretos de praça, tudo o que se vê em volta da gente.
 
Mas não é só isso. Os tempos vão mudando, coisas novas vão acontecendo, novos brinquedos vão surgindo das mãos dos artesãos. Já tem também a televisão de miriti, o ventilador de miriti e outros materiais de artesanato.
E a tradição se aperfeiçoa, pois há canoas com paneiros de açaí, um homem remando, o retrato da vida ribeirinha vai ficando cada vez mais vivo.

Os artesãos vão chegando a Belém nos últimos dias da semana, mas é na madrugada da sexta para sábado que chega a maioria. Vão tomando conta da praça. Antes era no Largo do Carmo, atualmente eles preferem a praça da Sé. Não importa o lugar, o efeito é o mesmo. A praça amanhece colorida, as pessoas vão chegando, parando e tudo vira festa ( nessa época, em Belém, tudo vira festa mesmo). Depois de preparados os brinquedos na girândola, os artesãos vão ganhando a rua e alegrando a cidade. Uma tradição que, queira a Virgem, continue sempre acompanhando o Círio de Nazaré.


     No artesanato de miriti ágeis mãos cortam, lixam, montam e pintam o miriti e as oficinas dos artesãos de miriti de Abaetetuba estão a pleno vapor.

Tradição é passada de pai para filho:


Ninguém sabe ao certo a origem do brinquedo de miriti. Os artesãos mais antigos contam que os índios foram os primeiros a produzir os brinquedos. A técnica foi ensinada aos ribeirinhos e chegou até hoje porque é passada de pai para filho. As crianças faziam seus próprios brinquedos, geralmente barquinhos, para brincar nos igarapés.

Agora cada artesão cria seus próprios brinquedos. Além dos tradicionais barco, cobra, canoa, serrador, pila-pila, come-come, são feitas árvores de natal, móbiles, dançarinos e patos na cesta.

SEBRAE estimula o primor pela qualidade:

Desde o primeiro Círio, em 1793, ainda na era provincial do Pará os brinquedos de miriti fazem parte da celebração. Durante a primeira festividade de Nazaré, aconteceu a Feira de Produtos Regionais da Lavoura e da Indústria. Para esta feira, cada vila ou cidade do interior enviou produtos como cacau, pirarucu salgado, mandioca, guaraná, cerâmica e redes de pesca, isto é, aquilo que produzia. Os moradores de Abaetetuba levaram seus brinquedos de miriti.

A cada ano, os brinquedos se tornavam mais conhecidos e mais artesãos vinham para Belém vender seus produtos. Nas feiras das praças, cerca de mil peças foram vendidas na Praça da Sé, na tenda do Carmo e pelos vendedores ambulantes com suas girândolas. Todo ano, a prefeitura cede um kit com tintas e pincéis para os artesãos e disponibiliza um ônibus para transportar as famílias para Belém durante as festividades.

A parceria que começou em 2000 já deu bons resultados. Cerca de cem artesãos já participaram dos cursos de capacitação, promovidos pelo Sebrae. Segundo a responsável pelo Centro de Resultado de Artesanato de Abaetetuba, Elisa Ikeda, a mudança no trabalho dos artesãos depois do curso de design é notável. "De dois anos para cá as peças têm tido um acabamento melhor, as cores usadas são mais harmônicas", conta Elisa.


E agora os BRINQUEDOS DE MIRITI DE ABAETETUBA, que fazem parte do Círio e Festa de Nazaré, como parte integrante não só do Círio, como do decorrer de boa parte da Quadra Nazarena. As peças confeccionadas pelos artesões de miriti de Abaetetuba reproduzem a cultura amazônica na forma de animais, frutos, flores, vegetais, barcos, canoas, casas, pessoas nas mais diferentes atividades rurais e muitas outras formas, devidamente pintados em colorido que chama a atenção de todos, principalmente crianças e turistas, que ficam encantados com tanta beleza. Esses brinquedos oficialmente ficam colocados à venda em diversas feiras de Belém e também são vendidos por pessoas que carregam as chamadas “girândolas” de brinquedos de miriti, na Praça de Nazaré. Agora, em especial acontece a Feira do Círio e do Miriti, na Estação das Docas de Belém, onde se encontra o melhor do artesanato paraense, além de jóias, gastronomia, apresentações e representações de grupos variados de danças, teatros e outros.

Peixes em miriti
OS FOGOS:

Os Fogos, belo espetáculo das pistolas e fogos de artifícios, em verdadeiros shows pirotécnicos que acontecem durante as inúmeras procissões e na noite do Dia da Festa de Nossa S. de Nazaré, quando os fogos de artifício embelezam de cores e luzes a noite do Dia da Festa de Nossa S. de Nazaré. Os fogos são um dos pontos altos da festa da Padroeira, da Trasladação à grande procissão do Círio de Nazaré e na noite da Festa. Os fogos servem para avisar o início e o desenrolar da Festa Mariana e que indicam a alegria de todos pela festa da Padroeira dos paraenses. Lojas especializadas fazem o comércio dos fogos em Belém. E os fogos fazem parte do grupo de símbolos tradicionais do Círio de Nazaré.

AS NOVENAS:

As Novenas, são ciclos de orações realizadas durante as semanas que antecedem a festividade, por devotos que realizam pequenas romarias pelas casas de vizinhos.
OA BRINQUEDOS DO ARRAIAL DE NAZARÉ:
Os Brinquedos do Arraial de Nazaré, são uma tradição antiga feita de brinquedos de todos os tipos, tamanhos, como as indispensáveis rodas-gigantes e corrosséis e muitos brinquedos onde as pessoas, e principalmente as crianças, se divertem muito.

AS VENTAROLAS:

As Ventarolas, que são abanos usados para amenizar o grande calor da época da Festa de Nazaré e que são distribuídas durante as procissões, por entidades, órgãos e empresas interessadas em fazer propaganda comercial de suas ações ou produtos, que têm grande utilidade no grande calor. Em tempo: O Círio e Festa de Nazaré movimentam 2,5 milhões de reais em seu preparo e o evento todo introduz 500 milhões de reais no comércio local e outros 25 milhões através dos 75 mil turistas que chegam para participar do Círio e Festa de Nazaré.

OS CARTAZES DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ:

Os Cartazes de Nossa Senhora de Nazaré, vem do Cartaz Oficial e outros tantos cartazes para serem pregados às portas e janelas das casas de Belém e de outras cidades, distribuídos pela Igreja Católica e pelos grandes jornais de Belém.

OS ANJINHOS:

Os Anjinhos, são crianças vestidas de anjos Os Anjinhos, que são uma tradição antiga no Círio de Nazaré e que são transportados nos Carros dos Anjos, ou outros carros, durante as procissões da Festa de Nazaré e, principalmente, durante o grande Círio de Nazaré.

O AUTO DO CÍRIO:

O Auto do Círio, é uma manifestação de fé misturada a motivos folclóricos-profanos, evento organizado pelos artistas de Belém e de outras partes do Pará, com encenações teatrais, musicais e outros motivos.

AS CORRIDAS DO CÍRIO:

As Corridas do Círio, promovida peo Sistema Liberal de Comunicações, com a Corridinhas das Crianças e a Corrida do Círio, que atram muitos participantes de outros municípios do Pará.

Outras Questões da Festa e Círio de Nazaré:

As Varandas  de Nazaré na Passagem do Círio:


No trajeto do Círio de Nossa Senhora de Nazaré pelas avenidas e ruas do percurso da Grande Romaria, quem tem posses, prepara as varandas das casas antigas dessas ruas para ver a passagem do Círio e, especialmente, da Berlinda com a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Essas varandas são devidamente enfeitadas com motivos da Festa e Círio de Nazaré. Muitas dessas varandas de casas enfeitadas abrigam os componentes e amigos dessas famílias.

Alguns artistas e personalidades de renome do Estado chegam a alugar determinadas casas com varandas para, assim, preparar o ambiente para receber personalidades e jornalistas de outros estados e internacionais, para que elas possam ver, sentir e levar toda a magnitude e a emoção desses grandes eventos, especialmente do Grande Círio de Nazaré, para todo o Brasil e mundo. Algumas personalidades terão também a oportunidade de conhecer a cidade de Belém, a Gastronomia Paraense e acompanhar outros eventos como o Círio Fluvial, a Trasladação e o Círio.

Prof. Ademir Rocha, de Abaetetuba/Pa