quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

NOTÍCIAS DOS FOCOLARES

NOTÍCIAS DOS FOCOLARES

• CHIARA LUBICH
Quem é Chiara?
Espiritualidade da Unidade
MOVIMENTO DOS FOCOLARES
Maria Voce na Universidade Hebraica de Jerusalém

17 Fevereiro 2011

Conferência da presidente do Movimento dos Focolares sobre o sentido do diálogo, proferida num contexto acadêmico judaico.

16 de fevereiro de 2011. Na Universidade Hebraica de Jerusalém, na sede do Instituto Truman pela paz, Maria Voce fez uma conferência com o título: “A função do diálogo na promoção da paz”.

Cerca de oitenta eram os ouvintes escolhidos, entre os quais o núncio, D. Antonio Franco, o bispo auxiliar de Israel, D. Giacinto Marcuzzo, o rabi David Rosen, a Sra. Debbie Weissmann, presidente do ICCJ, rabis e acadêmicos judeus, representantes palestinos, responsáveis de comunidades e congregações cristãs. Uma presença que manifesta o interesse, especialmente de personalidades do mundo judaico, em relação ao Movimento dos Focolares, após décadas de atuação na Terra Santa. Uma ação feita de numerosos e duradouros contatos instaurados com pessoas cristãs, judias e muçulmanas, mas também com instituições e associações que atuam no diálogo inter-religioso.

Maria Voce iniciou citando Chiara Lubich, que se dirigia a um grupo de jovens, em 1969: «Girando pelo mundo percebi que existem grandes males. Vi a humanidade como um grande Adão chagado. Vi a luta entre os povos e a constante ameaça de guerra. Vi os problemas sociais a serem resolvidos. Recordo Jerusalém como uma cidade dividida. E em todo Oriente Médio existem fagulhas de guerras e a paz, portanto, está sempre em perigo. Então eu disse: o que nós, que temos o ideal da unidade, podemos fazer? Devemos fazer com que estes irmãos se amem, este corpo deve ser curado. A saúde da humanidade deve estar aqui ».

Ampliando o discurso ela apresentou o “diálogo da vida”, típico do Movimento, «que não coloca os homens em oposição, mas faz com que pessoas, até de credos diferentes, se encontrem, e as torna capazes de abrirem-se reciprocamente, encontrar pontos em comum, e vivê-los juntos», precisando que o diálogo «não é feito com os credos ou entre os credos, mas com as pessoas, qualquer que seja a fé que possuam». Um diálogo apresentado como um “sinal dos tempos” de grande atualidade, na “noite cultural” que perpassa grande parte da humanidade. «Poderíamos dizer, então, que da noite cultural, que mostra-se também como noite do diálogo, pode emergir uma cultura nova, que parte da redescoberta da natureza dialógica da pessoa humana».

Diálogo que possui uma dimensão ontológica e uma dimensão ética, ao qual Chiara Lubich deu uma densidade particular: «No diálogo inter-religioso tendemos a viver, antes de tudo, de uma parte e da outra, a chamada “regra de ouro” – “faz aos outros o que gostarias que fosse feito a ti” – que significa amar os outros. Segundo o Talmud, Hillel a exprimia com estes termos: “Não fazer ao próximo o que não gostarias que fosse feito a ti: nisto consiste toda a Torá, o restante é comentário. Vai e estuda”. É uma norma que está presente, com nuances diferentes como sabemos, nas nossas tradições monoteístas, que surgiram neste lado do mundo. Mas está também nas grandes tradições confucionista, budista e hindu. Então todos, homens e mulheres de boa vontade, podemos vivê-la na nossa existência cotidiana». E Maria Voce acrescentou: «A prática da “regra de ouro”, tornando-se recíproca, colocou em ação uma verdadeira metodologia do diálogo, que pode ser definida como uma “arte de amar”», proposta pela própria Chiara.

E concluiu: «Não podemos esconder que este é um caminho difícil, que exige um grande empenho para superar o obstáculo, para vencer a tentação do egoísmo, do fechamento em si mesmo. É o preço para transformar a ferida em benção, a morte em vida, para fazer do encontro com o outro o lugar onde floresce a paz e a fraternidade». E citou ainda Chiara Lubich: «a fraternidade não é apenas um valor, é um paradigma global de desenvolvimento político, porque é motor de processos positivos. Após milênios de história, nos quais experimentaram-se os frutos da violência e do ódio, temos todo o direito de pedir que a humanidade comece a experimentar quais poderiam ser os frutos do amor»

Terminada a conferência abriu-se um longo e profundo diálogo com o público, sobre o diálogo com pessoas que não possuem um credo religioso, sobre a seriedade de um diálogo que não se reduza a simples cortesia, sobre o reconhecimento do outro, sobre a “regra de ouro” que não sempre é fácil de ser aplicada em contextos difíceis.

«A mensagem trazida por Maria Voce, a de Chiara Lubich, evidencia a presença de Deus no outro», comentou, na conclusão, o rabi David Rosen. E o rabi Emile Moatti: «O diálogo deve penetrar nas pregas da história dos conflitos, para que ele mesmo seja história».

De Michele Zanzucchi

Na Terra Santa, de 11 a 20 de fevereiro
14 Fevereiro 2011

Uma viagem com a marca do diálogo ecumênico e inter-religioso e visita à comunidade do Movimento dos Focolares. Passos de esperança, que seguiremos com focolare.org, viajando com os jornalistas Roberto Catalano e Michele Zanzucchi.

Com os prefeitos e os políticos dos Territórios Palestinos
19 Fevereiro 2011

Em Belém, Maria Voce encontra os administradores locais: grande consonância de ideias e perspectivas de paz.

Haifa: encontro com os amigos dos Focolares

18 Fevereiro 2011

Judeus, cristãos e muçulmanos, há anos fazem a experiência de «quanto é bom e suave que os irmãos vivam juntos» (Salmo 133). Ser capazes de acolher quem é diferente de si.

Com os prefeitos e os políticos dos Territórios Palestinos

19 Fevereiro 2011

Em Belém, Maria Voce encontra os administradores locais: grande consonância de ideias e perspectivas de paz.

Foi no difícil, e infelizmente bem conhecido, contexto dos Territórios Palestinos, que Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, reuniu-se com alguns políticos e administradores locais, cristãos e muçulmanos. Entre eles o prefeito de Belém, Victor Batarseh, a ministra do turismo, Sra. Khouloud Daibes, e Ziad Al-Bandak, conselheiro do presidente para os relacionamentos com os cristãos, do governo palestino.

A iniciativa foi da Fundação João Paulo II, que desde 2007, a partir de uma ideia do Pe. Ibrahim Faltas, ex-superior do convento anexo à Basílica da Natividade, em especial no período do “assédio”, investiu muitas energias – com a contribuição de diversas instituições públicas e privadas, sobretudo italianas, como a CEI, Província de Trento, Região Toscana, Acli – para conseguir, através de seus programas, fornecer conhecimentos, recursos e infraestruturas para o desenvolvimento individual e comunitário da Palestina. Pe. Ibrahim salientou a extraordinária sintonia que existia entre João Paulo II e Chiara Lubich, «a ponto que este encontro de hoje é mais do que necessário».
Maria Voce exprimiu a sua alegria por «partilhar, com quem têm nas mãos os destinos deste mundo, os nossos ideais de fraternidade». Uma fraternidade que, na política, significa agir de modo que as pessoas sintam-se valorizadas e apoiadas por quem administra a coisa pública. Porque, como dizia Chiara Lubich, «a política é o amor dos amores». O prefeito de Belém imediatamente quis salientar que «os ideais dos Focolares são também os nossos». São impulsos que podem levar à derrubada dos muros que dividem estas terras. Não tanto e não somente os muros materiais, os visíveis, mas principalmente os muros invisíveis.

«Aqui, do imenso sofrimento deste povo, está nascendo uma geração de jovens responsáveis, que querem a paz, e que parecem capazes também de gerir o poder. Mas é necessário que a comunidade internacional, seja civil que política, esteja próxima deles, abra trilhas de paz verdadeira e os sustente, inclusive com iniciativas como as que a Fundação financia, atuando no campo da instrução, da promoção esportiva e cultural, do jornalismo, do artesanato. Certamente as iniciativas de uma paz, que eu definiria “profunda”, como as do Movimento dos Focolares, são essenciais para continuar a ter esperança”, afirmou Pe. Ibrahim, manifestando as suas certezas.

De Michele Zanzucchi

Haifa: encontro com os amigos dos Focolares
18 Fevereiro 2011

Judeus, cristãos e muçulmanos, há anos fazem a experiência de «quanto é bom e suave que os irmãos vivam juntos» (Salmo 133). Ser capazes de acolher quem é diferente de si.

Espanha: visita de Maria Voce

13 Janeiro 2011

A primeira viagem programada para 2011. Em Madri, encontro com mais de mil jovens, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude. De 14 a 30 de janeiro.

Haifa: encontro com os amigos dos Focolares

18 Fevereiro 2011

Judeus, cristãos e muçulmanos, há anos fazem a experiência de «quanto é bom e suave que os irmãos vivam juntos» (Salmo 133). Ser capazes de acolher quem é diferente de si.

«Em Jerusalém, as casas, as escolas, os meios de transporte, os locais de lazer, os bairros onde moramos, são todos separados: para os árabes ou para os judeus. É realmente difícil viver num ambiente assim».

«Sou uma garota de aspecto europeu. Pela saia que uso se entende logo que sou judia ortodoxa. Na nossa cidade nem sempre isso é visto positivamente. Não sei nem uma frase em língua árabe e fui educada a fugir das situações nas quais poderia me encontrar no meio de um grupo de palestinos».

Estas palavras de N. E J., duas jovens hierosolimitanas, a primeira árabe cristã e a segunda judia, descrevem os mundos de Jerusalém. Vivem um ao lado do outro, tocam-se, nesta cidade “santa” para todos, mas carregada de uma tensão que se sente sobre os ombros. Ambas participaram da reunião realizada no auditório da Castra Gallery, um centro comercial na periferia sul de Haifa, uma centena de pessoas num encontro simples e modesto. Eram judeus, cristãos e muçulmanos de Haifa, Tel Avivi, Jerusalém, Nazaré e outras localidades da Galileia.

O lema que deram a este momento passado com Maria Voce foi: “Quanto é bom e suave que os irmãos vivam juntos” (Salmo 133).

Apresentaram um quadro muito rico e variado das ações nas quais todos estão engajados.

Em Haifa, já há alguns anos, judeus e cristãos reúnem-se mensalmente para aprofundar a Sagrada Escritura nas respectivas tradições. É suficiente escutar e procurar entender a visão do outro. Sem sincretismos. E isso leva «a uma amizade verdadeira e sincera, cada vez mais sólida», tanto que o tempo entre um mês e outro parece longo demais!

Uma jovem árabe contou sobre um projeto que busca estabelecer relacionamentos entre estudantes das três religiões. «Os momentos mais lindos foram quando visitamos os lugares sagrados das respectivas crenças: o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro e a Mesquita. Uma experiência que mudou a minha vida».

Outros depoimentos diziam respeito à crise de Gaza, três anos atrás, quando judeus, cristãos e muçulmanos reuniram-se para rezar pela paz. Um caso único em Israel. Falaram com emoção, porque certamente a grande coragem que se manifestou naquela ocasião, estava em total contradição com o modo de pensar que havia ao redor.

Fatos de vida cotidiana, de escuta, de descoberta de quem é diferente. Pessoas que apostam na paz, como disse uma moça judia: «Está escrito na Mishna que Deus não encontra nenhum instrumento que tenha a sua benção senão a paz. Somente com a paz verdadeira obteremos todas as bênçãos que o Pai, no Céu, quer dar aos seus filhos».

Ao agradecer àqueles que falaram, Maria Voce se comoveu. Emergiu o quanto é verdade que “nada é pequeno daquilo que é feito por amor”, como dizia Chiara Lubich. Aliás, é enorme, porque aqui trata-se de afastar as montanhas do preconceito. Foi este o pequeno-grande milagre do encontro em Haifa.

A presidente do Movimento dos Focolares salientou a dimensão profética daquilo que eles viveram durante a crise de Gaza. «É uma experiência alicerçada em Deus e na sua vontade, e no sofrimento partilhado, que é o mais precioso aos olhos de Deus. Ela trará frutos duradouros, tenho a certeza». E sublinhou que foi uma contribuição importante na história. «Testemunhos pequenos, mas necessários, para que o quadro da paz esteja completo». Depois contou sobre seus encontros destes dias, com pessoas de todas as religiões, verdadeiros irmãos e irmãs. E citou a Escritura: «Bem aventurado o povo que tem Deus como Senhor».

E concluiu-se com um jantar. Todos haviam levado alguma coisa, pratos árabes e pratos kosher, permitidos pela lei judaica. Não se distinguiam mais árabes e judeus, cristãos e muçulmanos. É verdade o que afirmou uma jovem muçulmana: «Agora olho para a outra pessoa além da sua fé. Somos ainda um pequeno grupo, mas dispostos a envolver muitos outros amigos».

De Roberto Catalano

A primeira viagem programada para 2011. Em Madri, encontro com mais de mil jovens, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude. De 14 a 30 de janeiro.
Reproduzido pelo blog Abaetetuba - Focolares - Palavra de Vida.

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