Deus Amor
Clique nas legendas em azul abaixo e leia outros trechos de espiritualidade
Deus
Amor - Amor
ao irmão - Unidade
- A
Igreja - Vontade
de Deus - Amor
recíproco - Jesus
Abandonado - Espírito
Santo - A
Palavra - Jesus
Eucaristia - Maria
- Jesus
no meio
A descoberta de Deus Amor
Criado: Terça, 13 Dezembro 2016 12:00
Rocca di Papa, 18 de abril de 2002
De uma entrevista de Chiara Lubich concedida à jornalista inglesa Sandra Hoggett
(…)
Sandra: Quando foi que sentiu pela primeira vez este imenso amor por Deus?
Chiara: Sempre tive uma fé muito forte. Nasci com a fé e sentia esse amor por Deus. Como as outras pessoas, eu pensava que Deus estivesse longe, para além das estrelas. Porém, a minha fulguração foi aos 23 anos, quando este carisma começou a funcionar.
Eu dava aula num orfanato. Um dia um sacerdote passou por ali. Acho que ele tinha me visto rezar na igreja. Ele me chamou e me perguntou: «Você poderia oferecer uma hora do seu dia pelo meu ministério?» Diante de um sacerdote... A minha fé era tão grande em Deus, na Igreja que eu disse: «Mas eu posso oferecer o dia inteiro!» Ele ficou impressionado com a minha resposta. Disse-me para ajoelhar e afirmou: «Deus a ama imensamente!» Eu acreditei nisso! Era como se Deus me dissesse esta frase através do sacerdote.
Desde então, eu senti que esse Deus que estava no Sacrário, mas também distante, estava perto de mim. Todas as circunstâncias são guiadas por ele. Ele guia a grande história da humanidade e a nossa pequena história. Eu vi que Deus é amor e que por trás de tudo está o amor. Tudo é amor, inclusive as coisas que certas vezes parecem negativas, porque Deus permite tudo isso para um bem maior, para o bem daqueles que acreditam que ele é amor.
Lembro que sob essa forte impressão de que «Deus me ama imensamente», eu a comuniquei às minhas amigas, à minha mãe, escrevia ao meu irmão e irmãs. Assim nasceram as minhas primeiras amigas, pois eu lhes disse: «Deus te ama, Deus nos ama, Deus nos ama imensamente!» Nós acreditamos no amor.
Naquele período, havia a guerra. Podíamos morrer de uma hora para a outra. E dissemos: «Se morrêssemos, queremos ser enterradas numa única sepultura com a frase: "E nós acreditamos no amor"».
Antes a nossa vida estava coberta por uma sensação de orfandade; depois encontramos o Pai, encontramos Deus e foi assim que começou a nossa revolução cristã.
Por outro lado, o anúncio na nossa Igreja, o anúncio da fé é este: «Deus ama o homem». De fato, ele nos criou por amor, por amor mandou seu Filho para morrer por nós, por amor nos preparou uma eternidade feliz. Tudo por amor. O Espírito Santo sabia como se anuncia e o fez numa forma justa.
Sandra: Quando foi que sentiu pela primeira vez este imenso amor por Deus?
Chiara: Sempre tive uma fé muito forte. Nasci com a fé e sentia esse amor por Deus. Como as outras pessoas, eu pensava que Deus estivesse longe, para além das estrelas. Porém, a minha fulguração foi aos 23 anos, quando este carisma começou a funcionar.
Eu dava aula num orfanato. Um dia um sacerdote passou por ali. Acho que ele tinha me visto rezar na igreja. Ele me chamou e me perguntou: «Você poderia oferecer uma hora do seu dia pelo meu ministério?» Diante de um sacerdote... A minha fé era tão grande em Deus, na Igreja que eu disse: «Mas eu posso oferecer o dia inteiro!» Ele ficou impressionado com a minha resposta. Disse-me para ajoelhar e afirmou: «Deus a ama imensamente!» Eu acreditei nisso! Era como se Deus me dissesse esta frase através do sacerdote.
Desde então, eu senti que esse Deus que estava no Sacrário, mas também distante, estava perto de mim. Todas as circunstâncias são guiadas por ele. Ele guia a grande história da humanidade e a nossa pequena história. Eu vi que Deus é amor e que por trás de tudo está o amor. Tudo é amor, inclusive as coisas que certas vezes parecem negativas, porque Deus permite tudo isso para um bem maior, para o bem daqueles que acreditam que ele é amor.
Lembro que sob essa forte impressão de que «Deus me ama imensamente», eu a comuniquei às minhas amigas, à minha mãe, escrevia ao meu irmão e irmãs. Assim nasceram as minhas primeiras amigas, pois eu lhes disse: «Deus te ama, Deus nos ama, Deus nos ama imensamente!» Nós acreditamos no amor.
Naquele período, havia a guerra. Podíamos morrer de uma hora para a outra. E dissemos: «Se morrêssemos, queremos ser enterradas numa única sepultura com a frase: "E nós acreditamos no amor"».
Antes a nossa vida estava coberta por uma sensação de orfandade; depois encontramos o Pai, encontramos Deus e foi assim que começou a nossa revolução cristã.
Por outro lado, o anúncio na nossa Igreja, o anúncio da fé é este: «Deus ama o homem». De fato, ele nos criou por amor, por amor mandou seu Filho para morrer por nós, por amor nos preparou uma eternidade feliz. Tudo por amor. O Espírito Santo sabia como se anuncia e o fez numa forma justa.
Deus Amor
Com a violência da guerra, Chiara Lubich e suas primeiras companheiras adquiriram o hábito de encontrar-se nos abrigos antiaéreos, logo que tocava a sirene anunciando um novo bombardeio. Depois daquela fulgurante intuição que as havia levado a colocar Deus Amor no centro de seus interesses, no centro – único e absoluto – de suas jovens vidas, tinham o forte o desejo de estar juntas e descobrir modos novos de ser cristãos, e colocar em prática o Evangelho.
«Cada acontecimento nos tocava profundamente – Chiara dirá mais tarde –. A lição que Deus nos dava, por meio das circunstâncias, era clara: tudo é vaidade das vaidades, tudo passa. Mas, ao mesmo tempo, Deus colocava no meu coração, para todas, uma pergunta, e com ela a resposta: “Mas existirá um ideal que não morre, que nenhuma bomba pode destruir, ao qual doar-nos inteiramente?”. Sim, Deus. Decidimos fazer Dele o ideal da nossa vida»
Em 2000 Chiara escreveu: «Deus. Deus, que em meio ao furor da guerra, fruto do ódio, e sob a ação de uma graça especial, manifestou-se por aquilo que verdadeiramente é: amor. A primeira ideia-força sobre a qual o Espírito construiu esta espiritualidade foi esta: Deus Amor (cf. 1Jo 4,8).
Que transformação esta verdade, compreendida de forma completamente nova em contato com o carisma do Movimento, provoca nas pessoas! Fazendo uma comparação, a vida cristã conduzida antes, ainda que com uma prática coerente, parece obscurecida pela orfandade. Depois, eis a descoberta: Deus é amor, Deus é Pai! O nosso coração, que vivera no exílio da noite da vida, abre-se e eleva-se, une-se com aquele que o ama, que pensa em tudo, que conta até mesmo os cabelos de nossa cabeça.
As circunstâncias alegres e dolorosas adquirem um novo significado: tudo é previsto e desejado pelo amor de Deus. Nada mais pode nos causar medo. Esta é uma fé exaltante, que fortifica, que faz exultar. É uma fé que provoca as lágrimas em quem a experimenta pela primeira vez. É uma dádiva de Deus que nos faz gritar: “Nós acreditamos no amor!” (1Jo 4,16). Com a escolha de Deus que é amor, como ideal da vida, se colocava o primeiro fundamento, a primeira exigência daquela nova espiritualidade que tinha desabrochado em nossos corações. Tínhamos encontrado Aquele por quem viver: Deus Amor».
O Amor ao irmão

A aventura das jovens de Trento, reunidas ao redor de Chiara, não podia deixar indiferente a população da cidade, então de poucas dezenas passou a milhares de pessoas, e nem mesmo a Igreja local. O comportamento das moças da “casinha” da Praça dos Capuchinhos, sede do primeiro focolare, surpreendia grandes e pequenos. Naquele modesto apartamento os pobres eram de casa, até os problemas sociais da cidade, arrasada pela guerra, era algo que elas sentiam como próprio. E acreditavam na possibilidade de resolvê-lo, simplesmente acreditando na verdade das palavras do Evangelho. Amando os irmãos, um a um.
Chiara escreveu: «Dentre todas as Palavras o nosso carisma sublinhou imediatamente aquelas que diziam respeito especificamente ao amor evangélico ao próximo, e não só aos pobres. No Evangelho lemos que Jesus disse: “Cada vez que fizestes estas coisas a um desses meus irmãos mais pequeninos (e entende-se todos) foi a mim que o fizeste” (Mt 25,40). Então o nosso modo antigo de conceber o próximo e de amá-lo desabou. Se Cristo, de certa forma, estava em todos, não podiam ser feitas discriminações, nem haver preferências. Despareceram os conceitos humanos que classificam as pessoas: da minha pátria ou estrangeiro, velho ou jovem, bonito ou feio, antipático ou simpático, rico ou pobre. Cristo estava atrás de cada um, Cristo estava em cada um. E cada irmão era verdadeiramente “outro Cristo” – se a graça enriquecia a sua alma – ou um Cristo que poderia nascer, se ainda distante Dele.
Vivendo assim percebemos que o próximo era o caminho para chegar a Deus. Aliás, o irmão nos pareceu como um arco sob o qual era necessário passar para encontrar Deus. E isso nós experimentamos desde os primeiros dias. Que união com Deus à noite, na oração ou no recolhimento, depois de tê-lo amado o dia inteiro nos irmãos! Quem nos dava aquela consolação, aquela unção interior não diferente de antes, tão celeste, senão Cristo que vivia o “dai e vos será dado” do seu Evangelho? Nós o tínhamos amado o dia inteiro nos irmãos e agora ele nos amava. E quanto nos foi útil esta dádiva interior! Eram as primeiras experiências da vida espiritual, da realidade de um reino que não é desta terra. Assim, no maravilhoso caminho que Deus nos mostrava, o amor ao irmão foi um novo ponto fundamental da nossa espiritualidade».
A Unidade
Uma espiritualidade
de comunhão, coletiva, como dizia Paulo VI, é o novo caminho de Chiara
Lubich, nascido do Evangelho. Mas quais as suas características? Quais
os fatos que, desde o início, levaram à certeza de terem nascido para
contribuir à unidade dos homens com Deus e entre eles? Vamos descobri-lo
juntos.
Em maio de 1944, no
porão escuro da casa de Natalia Dallapiccola, para onde ela havia transferido o
seu quarto, para proteger-se, de algum modo, dos eventuais bombardeios, à luz
de vela Chiara a suas amigas de Trento liam o Evangelho, como já era um hábito
para elas. O abriram ao acaso e encontraram a oração que Jesus pronunciou antes
de morrer: «Pai, que todos sejam uma coisa só» (Jo 17,21). Este é um texto
evangélico extraordinário e complexo, o “testamento de Jesus”, estudado por
exegetas e teólogos de toda a cristandade, mas naquela época um pouco
esquecido, porque misterioso para a maioria. Aquela passagem de São João
poderia parecer não fácil para jovens como Chiara, Natalia, Doriana e
Graziella. Mas elas intuíram que aquela seria a “sua” passagem evangélica, a
unidade. Num daqueles dias, em Trento, passando sobre a ponte Fersina, Chiara
disse às suas amigas: «Entendi que devemos amar-nos como diz o Evangelho: até
tornarmo-nos uma coisa só». Mais tarde, no Natal de 1946, elas escolheram como
lema uma frase radical: «Ou a unidade ou a morte».
Chiara escreveu, em
2000: «Um dia estava com minhas amigas, e abrindo o pequeno livro, li: “Pai,
que todos sejam uma coisa só” (Jo 17,21). Era a oração de Jesus antes de
morrer. Pela sua presença entre nós e por um dom do seu Espírito, pareceu-me
entender um pouco aquelas palavras difíceis e fortes, e nasceu em meu coração a
convicção de que tínhamos nascido para aquela página do Evangelho: para a
unidade, isto é, para contribuir à unidade dos homens com Deus e entre eles.
Algum tempo depois,
conscientes da divina audácia de um programa que somente Deus podia atuar,
ajoelhadas ao redor de um altar, pedimos a Jesus que realizasse aquele seu
sonho usando de nós, se isto estivesse nos seus planos. No início, diante da
grandeza da missão, tínhamos às vezes a impressão de desfalecer, e vendo as
multidões que teríamos que reunir na unidade, o desânimo nos assolava. Mas aos
poucos, docemente, o Senhor nos fez entender que a nossa missão era como aquela
de um menino que lança uma pedra na água, e ao redor daquela pedra se fazem
muitos círculos, cada vez maiores, que parecem quase infinitos. Entendemos que
nós deveríamos criar a unidade ao nosso redor, no ambiente onde estamos, e que
depois – quando já estivéssemos no céu – iríamos ver círculos gigantescos, até
que no fim dos tempos se realizariam os planos de Deus. Para nós foi claro,
desde o primeiro momento, que esta unidade possuía um único nome: Jesus. Para
nós ser uma coisa só significava ser Jesus, ser todos Jesus. De fato somente
Cristo pode fazer de dois um, porque o seu amor, que é anulação de si, que é
ausência de egoísmo, nos faz entrar profundamente no coração dos outros. O que
eu escrevia, naqueles tempos, demonstra a maravilha diante de uma realidade
sobrenatural tão sublime: “A unidade! Mas quem ousará falar dela? É inefável
como Deus! Poder ser sentida, pode ser vista, regozija-se com ela, mas… é
inefável! Todos regozijam-se com a sua presença, todos sofrem com a sua
ausência. É paz, gáudio, amor, ardor, clima de heroísmo, de suma
generosidade. É Jesus entre nós!”».
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha
Nenhum comentário:
Postar um comentário