segunda-feira, 18 de junho de 2012

CLARA DE ASSIS E CHIARA LUBICH


CLARA DE ASSIS E CHIARA LUBICH


Movimento dos Focolares

Junho 2012: “Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à v ...

Clara de Assis e Chiara Lubich, Dois Carismas em Comunhão

12 Junho 2012

No VIII centenário da consagração a Deus de Clara de Assis realizou-se um encontro original, que colocou lado a lado dois carismas, um antigo e um atual. Um evento em três atos. 

Num dia cheio de sol, 9 de junho de 2012, realizou-se o Congresso “Clara de Assis e Chiara Lubich: dois carismas em comunhão”, evento que veio enriquecer o Ano Clariano, no qual deseja-se rememorar a conversão e a consagração a Deus de Clara de Assis, no seu VIII centenário. E atestar a atualidade do seu fascínio. Por isso o desejo de aprofundar a relação, ou melhor, a comunhão entre o carisma de Clara de Assis e de Chiara Lubich.

Suscitou grande interesse a mesa-redonda introduzida pelas palavras do prefeito Claudio Ricci e do bispo de Assis, D. Domenico Sorrentino. O professor P. Pietro Maranesi, OFM Cap., fez uma calorosa reflexão sobre “Francisco e Clara: um carisma, dois semblantes”. A dimensão profética e revolucionária que, por si só, contesta os costumes de uma época. A novidade perturbadora de aspectos como a “misericórdia” e a “partilha”, que emergem da “conversão” de Francisco. A “viagem” espiritual de Clara, que descobre a sua identidade no “semblante” de Francisco: “…sem aquele rosto eu não teria um rosto. Encontrei Deus através dele”. A deles foi uma abertura profética que, na sociedade medieval, levou a descobrir o “outro” como caminho para chegar a Deus.

Outros tempos, mas a mesma operação foi realizada por Chiara Lubich. Foi o que demonstrou a professora, Ir. Alessandra Smerilli, F.M.A., com “O reflexo dos carismas na história e na sociedade”. A realidade de um carisma não é somente “graça”, “gratuidade”, mas “naqueles que vivem no desconforto, são olhos que veem algo de belo e grande”. Daqui o fato de os carismas tornarem-se “desbravadores na fronteira do humano, que impelem suas enxadas cada vez mais adiante” na busca e no compromisso. E são ainda caminhos para a emersão do feminino.

Foi assim para as duas Claras: a de Assis conseguiu que fosse aprovada na sua regra a inédita “altíssima pobreza”; a de Trento inseriu na Igreja a grande novidade que um movimento eclesial, que contempla todas as vocações, seja sempre presidido por uma mulher. Com realizações leigas, intensamente civis (como a Economia de Comunhão), que dizem quanto os carismas, ontem como hoje, contribuem para uma sociedade mais humana e mais bela.

A beleza, a estética, está, de fato, implícita na ação de um carisma. “Clara de Assis e Chiara Lubich: a comunhão entre dois carismas como fonte de luz” foi o tema da  Lucia Abignente, do Movimento dos Focolares, que salientou a sintonia e a comunhão entre as duas Claras, como fonte de luz, de fidelidade renovada e de unidade, para recolher a herança que deixaram e viver, nos nossos dias, a mensagem delas.

“Santa unidade e altíssima pobreza” o carisma da primeira; “unidade, cuja chave é o amor exclusivo a Jesus abandonado”, o da segunda. Uma sintonia e comunhão que atravessa os séculos e leva Chiara Lubich – num período especial de luz – a descrever a Igreja como um “Cristo estendido” no tempo e no espaço, onde a variedade dos carismas corresponde à totalidade do Evangelho. Como um jardim com muitas flores diferentes.

“Claritas”, “clarificar”, palavras que, na linguagem cunhada por Chiara Lubich, convidam a injetar a luz das realidades espirituais nas realidades temporais. Como segundo ato do evento foi dedicado a Chiara Lubich um largo, adjacente à Basílica Superior de São Francisco. Ao dar a sua benção ao “Largo Chiara Lubich”, D. Sorrentino fez votos que “seja um chamado a todos a considerar cada rua como um lugar de encontro e diálogo com todos”. E o prefeito Ricci declarou ver nele “as pedras de Assis, berço do carisma franciscano, recobertas hoje por um carisma a mais, com o estilo de ‘ser família’ que tem reflexos na esfera econômica e social”.

O dia concluiu-se no teatro Metastasio, com o musical “Clara de Deus”, de Carlo Tedeschi. Uma vibrante viagem de danças, ritmo e música na vida de Clara de Assis, executado com convicção por uma companhia de jovens que assumiram o testemunho da sua mensagem.
De Victoria Gómez
 Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha, de Abaetetuba/PA

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