quinta-feira, 4 de abril de 2013

DIÁLOGOS: AS RAZÕES DA CONVIVÊNCIA. A CONVIVÊNCIA DAS RAZÕES

Quinta-feira, 4 de abril de 2013


Diálogo: As razões da convivência. A convivência das razões.

Fonte: centrochiaralubich.org.com.br

Diálogo com pessoas de outras convicções

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As razões da convivência. A convivência das razões.

Castel Gandolfo, 1º de junho de 2001

Caríssimas e caríssimos,

Minhas cordiais boas-vindas a todos, nossos amigos, com um agradecimento de coração por sua presença!
Bonito e por demais importante é o presente congresso em que vocês, pessoas de convicções diferentes, participam, interessadas que estão no espírito que fez nascer e move o Movimento dos Focolares, nas metas, na sua vida e nas suas realizações.
Vocês possuem cidadania plena em nosso Movimento, são parte essencial dele.
No entanto, alguém poderia perguntar-se: um Movimento, como o dos focolarinos, nascido de uma convicção religiosa muito profunda, da escolha de Deus como ideal de suas vidas, pode, porventura, despertar interesse em homens e mulheres de outras convicções?
Sim, pode sim, porque uma resposta existe.
Sim, porque nós, focolarinos, acreditamos numa religião não relegada unicamente ao Céu, como se diz, mas profundamente humana.
Nós, como todos os cristãos, temos certamente fé num Deus transcendente, mas que se encarnou nesta terra, que se fez homem. Por isso, se Deus, todo espírito, Trindade beatíssima, é de máximo interesse para nós, sabemos que este Deus é Amor e a demonstração disso está no fato de que não ficou somente no Céu, gozando de sua infinita beatitude, mas se fez um de nós, homem com os homens.
Não guardou zelosamente para si a sua grandeza, a sua divindade, mas quis de algum modo comunicá-la, partilhá-la conosco, fazendo também de nós filhos do seu Pai, filhos Nele, Filho de Deus.
O fato que assumiu a natureza humana é – diria eu – o ponto caracterizante da nossa religião, que o Movimento ressalta completamente.
É este o grande aspecto que nos possibilita um profundo laço com vocês, uma comunhão com vocês, comprometidos como estão em respeitar, em potencializar o ser humano, cada homem, incrementando e salvaguardando os seus valores, coisa que também nós devemos e queremos fazer juntamente com vocês.
Sabemos que para nós, para a nossa fé, Jesus é, portanto, Deus e Homem a um só tempo. E, particularmente, é Deus que vemos Nele quando tratamos, quando dialogamos com outros cristãos ou com fiéis de outras religiões, é no Homem-Jesus que fixamos o olhar quando desejamos dedicar-nos com vocês ao bem do homem e às suas necessidades, mas também quando queremos entender o seu imenso potencial e as suas riquezas.
Caríssimos, as coisas estão assim. Mas podemos ainda nos perguntar: existe algum sinal em nossa história comum que nos garanta que estamos num bom caminho? Que almejamos realizar o que devemos? Que tudo o que fazemos pode contribuir para o grande desígnio que temos diante de nós, a fraternidade universal por um mundo mais unido, ou melhor, unido?
Penso que o mesmo desenvolvimento que a ramificação de vocês, amigos de outras convicções, alcançou em nosso Movimento, em muitas partes do mundo, já mostra o seu precioso valor. Aliás, está demonstrando cada vez mais que, hoje mais do que nunca, toda convivência autenticamente humana não pode ignorar os grandes valores comuns da humanidade, como a paz, a justiça, a solidariedade, a liberdade e a dignidade de cada pessoa.
Por isso é que julgamos absolutamente necessário o diálogo com vocês. E não apenas o diálogo, mas também a colaboração ativa com vocês.
Numa mensagem minha, escrevia-lhes sobre o nosso "agir econômico", fundado no amor para com todos, no amor mútuo, que faz brotar solidariedade e realizações concretas, que muitos de vocês cooperam para que nasçam e cresçam, a fim de resolver o problema de tantas pessoas marginalizadas.
Este ano – como saberão – além do agir econômico, ouvirão falar do nosso "agir político", que também se orienta a contribuir para a realização dos nossos grandes ideais.
Mas já temos em vista, e dão seus primeiros passos, outras realizações relacionadas a outras áreas humanas, como, por exemplo, a educação, o direito, a saúde...
Caríssimos amigos, estou certa de que vocês estarão conosco – se já não estiverem – para dar corpo a tantas outras ações que poderão nascer para melhorar o mundo. Para isto, contamos muito com vocês, com a sua especial sensibilidade, que nos deixa convictos de sua contribuição indispensável.
E desde já lhes agradeço de coração pela amizade e pelo empenho que haverão de oferecer.
Chiara Lubich
Reproduzido pelo Blog do ADEMIR ROCHA

As razões da convivência. A convivência das razões.

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