Palavra de Vida de Abril 2018
Fonte:
www.focolare.org
28 Março 2018
“Em verdade, em
verdade, vos digo: quem crê tem a vida eterna.” (Jo 6,47)
Esta frase de Jesus
faz parte de um longo diálogo com a multidão que viu o sinal da multiplicação
dos pães e continua a segui-lo, talvez somente para receber Dele ainda alguma
ajuda material. Jesus, partindo das necessidades imediatas deles, aos pouquinhos
vai orientando sua pregação para o sentido da sua missão: Ele foi enviado pelo
Pai a fim de dar aos homens a verdadeira vida, a vida eterna, ou seja, a mesma
vida de Deus, que é Amor. Ele, caminhando pelas estradas da Palestina, “se faz
um” com todos os que encontra: não deixa de atender a quem pede alimento, água,
cura, perdão. Ainda mais: compartilha todas as necessidades e dá nova esperança
a cada um que encontra. Por isso Ele pode pedir depois a cada um desses um
passo a mais, pode convidar seus ouvintes a acolher a vida que nos oferece, a
entrar em relação com Ele, a prestar-lhe confiança, a ter fé Nele. Comentando
justamente esta frase do Evangelho, Chiara Lubich escreveu: Com estas palavras
Jesus responde à aspiração mais profunda do homem. O homem foi criado para a
vida; procura-a com todas as suas forças. Mas o seu grande erro está em
procurá-la nas criaturas, nas coisas criadas, as quais, sendo limitadas e
passageiras, não podem dar uma verdadeira resposta às suas aspirações. (…)
Somente Jesus pode saciar a fome do ser humano. Somente Ele pode nos dar a vida
que não morre, porque Ele é a Vida.
“Em verdade, em
verdade, vos digo: quem crê tem a vida eterna.”
A fé cristã é acima
de tudo o fruto de um encontro pessoal com Deus, com Jesus, que não deseja
outra coisa senão fazer-nos participar da sua própria vida. Ter fé em Jesus
significa aderirmos ao seu exemplo, não vivendo encurvados sobre nós mesmos,
sobre os nossos medos, sobre os nossos programas limitados mas, pelo contrário,
dirigindo a nossa atenção para as necessidades dos outros: necessidades
concretas como a pobreza, a doença, a marginalização, mas sobretudo a
necessidade de ser escutado, de ter com quem partilhar, de sentir-se acolhido.
Desse modo poderemos comunicar aos outros, com a nossa vida, o mesmo amor
recebido como dom de Deus. E, para fortificar-nos na nossa caminhada, Ele nos
deixou também o grande dom da Eucaristia, sinal de um amor que doa seu próprio
ser para fazer viver o outro.
“Em verdade, em
verdade, vos digo: quem crê tem a vida eterna.”
Quantas vezes,
durante o nosso dia, demonstramos confiança diante das pessoas ao nosso redor:
o professor que dá instrução aos nossos filhos, o taxista que nos leva ao nosso
destino, o médico que cuida da nossa saúde… Não é possível viver sem confiança.
E esta é consolidada por meio do conhecimento, da amizade, do relacionamento
que se aprofunda com o tempo. Então, como viveremos a Palavra de Vida deste
mês? Continuando o seu comentário, Chiara nos convida a reavivar a nossa
escolha e adesão total a Jesus: (…) E já sabemos qual é o caminho para chegar
lá: (…) aplicar-nos de modo especial a colocar em prática aquelas palavras de
Jesus que nos são trazidas à mente pelas várias circunstâncias da vida. Por
exemplo: encontramos um próximo? “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (cf. Mt
22,39). Acontece algo que nos faz sofrer? “Se alguém quer vir após mim… tome a
sua cruz” (cf. Mt 16,24), etc. Desse modo, as palavras de Jesus se iluminarão e
Ele entrará em nós com a sua verdade, a sua força e o seu amor. A nossa vida
será cada vez mais “viver com Ele”, “fazer tudo juntamente com Ele”. E até
mesmo a morte física, que um dia nos espera, não poderá mais nos assustar,
porque com Jesus já teve início em nós a verdadeira vida, a vida que não morre.
Letizia Magri
Reproduzido pelo Blog do Ademir
Rocha
Domingo de Páscoa: O
Ressuscitado
1 Abril 2018
Ser testemunhas
autênticas da ressurreição.
É o triunfo de Jesus
ressuscitado que conhecemos e revivemos também em nós pessoalmente, no nosso
pequeno âmbito, após termos abraçado o abandono ou quando, unidos realmente no
seu nome, experimentamos os efeitos da sua vida, os frutos do seu Espírito.
O Ressuscitado deve
estar sempre presente e vivo em nósneste ano 2000, no qual o mundo deseja ver
não só pessoas que acreditam e de alguma forma o amam, mas que são também
testemunhas autênticas, que podem dizer a todos por experiência, como a
Madalena disse aos Apóstolos após ter encontrado Jesus perto da sepultura,
aquelas palavras que conhecemos, mas que são sempre novas: “Nós o vimos! Sim,
nós o descobrimos na luz com que nos iluminou; o tocamos na paz que nos
infundiu; ouvimos a sua voz no íntimo do nosso coração; saboreamos a sua
alegria incomparável”.
Fonte: Chiara Lubich em
uma conferência telefônica. Castel Gandolfo, Roma, 20 de abril de 2000.
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha
Os “últimos confins
da Terra”, e nada menos.
Trento, 1944, festa
de Cristo Rei.
Terminada a Missa,
Chiara e as suas primeiras companheiras reúnem-se ao redor do altar, e quase
sem entender o alcance do que estão fazendo, pedem a Deus que seja atuada,
também através delas, uma frase que tinham escutado durante a liturgia:
«Pede-me e eu te
darei as nações por herança e estenderei o teu domínio até as extremidades da
terra» (Sal 2,8).
«Tu sabes como
realizar a unidade – elas dizem –. Nós estamos aqui. Se queres, usa de nós».
Para um ideal vasto
como é a unidade, aquela que Jesus pediu ao Pai, “que todos sejam um” (Jo
17,21), o horizonte não poderia deixar de ser o mundo e, olhando em
retrospectiva, entende-se porque desde os primeiros balbucios do Movimento que
nascia, os desejos do coração mirassem longe. Naquela época ninguém podia
imaginar que aqueles «últimos confins da Terra» teriam sido alcançados, e com
uma certa rapidez. Não uma programação feita em prancheta, mas seguir um
caminho que Alguém estava traçando. «O Movimento se desenvolveu segundo um
desígnio de Deus preciso, que nós sempre ignoramos, mas que se revelava no seu
tempo», dirá Chiara Lubich, ao narrar a sua história no XIX Congresso
Eucarístico Nacional italiano, em Pescara, no ano de 1977. Naquela ocasião ela
salientou como «a caneta não sabe o que deverá escrever, o pincel não sabe o
que deverá pintar, o cinzel não sabe o que deverá esculpir. Assim, quando Deus
toma uma criatura entre as mãos, para fazer surgir uma obra sua na Igreja, ela
não sabe o que deverá fazer. É um instrumento. Quando tudo começou, em Trento,
eu não tinha um programa, não sabia nada. A ideia da Obra estava em Deus, o
projeto no Céu. Foi assim no início, e foi assim durante os 34 anos de
desenvolvimento do Movimento dos Focolares». E foi assim, acrescentamos nós,
nos anos sucessivos, até hoje.
Evidentemente, aquele
primeiro núcleo de moças estava destinado a não ficar fechado dentro da pequena
capital da região trentina, onde, depois de apenas alguns meses já eram 500 as
pessoas que partilhavam o ideal da unidade, de todas as idades e condições
sociais. E logo ele superou as fronteiras regionais.
Quando a guerra
terminou as primeiras focolarinas se transferiram para algumas cidades da
Itália, por motivos de estudo e de trabalho. E não faltaram convites de pessoas
que desejavam conhecer e difundir a outros a experiência delas.
A primeira etapa foi
Roma, para aonde a própria Chiara se transferiu, em 1948, e depois Florença,
Milão, Siracusa, etc. Em 1956 iniciou a difusão na Europa, em 1958 na América
Latina, em 1961 na América do Norte. No ano de 1963 chegou a vez da África,
1966 da Ásia e 1967 da Austrália.
Hoje o Movimento dos
Focolares está presente em 182 países, conta com cerca de dois milhões de
aderentes e simpatizantes, predominantemente católicos, mas não só. De maneiras
variadas, participam dele milhares de cristãos de 350 Igrejas e comunidades
eclesiais, muitos seguidores de outras religiões, entre os quais judeus,
muçulmanos, budistas, hindus, sikhs… e pessoas de convicções não religiosas.
O núcleo central do
Movimento é constituído por mais de 140 mil animadores, das várias
ramificações. Em breve, esta é, até hoje, a história de um povo que nasceu do
Evangelho.
«Naquele dia nós
pedimos com fé – escreveu Chiara em 2000 –. O Movimento chegou realmente até os
últimos confins. E neste “novo povo” estão representados os povos de toda a
Terra».
Reproduzido pelo Blog do Ademir
Rocha