Palavra de Vida de Outubro de 2017
Fonte:
www.focolare.org
28 Setembro 2017
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus.” (Fl 2,5)
Estando preso, provavelmente em Éfeso, por causa de
sua pregação, o apóstolo Paulo escreve uma carta à comunidade cristã da cidade
de Filipos, na Macedônia. Foi justamente ele o primeiro a levar o Evangelho
àquela cidade; e muitas pessoas creram, empenhando-se com generosidade na nova
vida e testemunhando o amor cristão inclusive quando Paulo teve de partir dali.
Essas notícias lhe dão uma grande alegria e por isso a sua carta manifesta
grande afeto pelos filipenses.
Então ele os encoraja a seguir adiante, a crescer ainda mais, seja individualmente, seja enquanto comunidade, e por isso lhes recorda o seu modelo, do qual devem aprender o estilo de vida evangélico:
Então ele os encoraja a seguir adiante, a crescer ainda mais, seja individualmente, seja enquanto comunidade, e por isso lhes recorda o seu modelo, do qual devem aprender o estilo de vida evangélico:
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no
Cristo Jesus.”
E qual é esse “sentir e pensar”? Como é possível
conhecer os desejos profundos de Jesus, para poder imitá-lo?
Paulo o entendeu: Cristo Jesus, o Filho de Deus, esvaziou-se a si mesmo e desceu em meio a nós: se fez homem, totalmente a serviço do Pai, para dar-nos a possibilidade de nos tornarmos filhos de Deus .
Realizou a sua missão pela sua maneira de viver durante toda a sua existência terrena: rebaixou-se continuamente para ir ao encontro de quem era menor, fraco, inseguro, a fim de reerguê-lo e fazer com que, enfim, se sentisse amado e salvo: o leproso, a viúva, o estrangeiro, o pecador.
Paulo o entendeu: Cristo Jesus, o Filho de Deus, esvaziou-se a si mesmo e desceu em meio a nós: se fez homem, totalmente a serviço do Pai, para dar-nos a possibilidade de nos tornarmos filhos de Deus .
Realizou a sua missão pela sua maneira de viver durante toda a sua existência terrena: rebaixou-se continuamente para ir ao encontro de quem era menor, fraco, inseguro, a fim de reerguê-lo e fazer com que, enfim, se sentisse amado e salvo: o leproso, a viúva, o estrangeiro, o pecador.
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no
Cristo Jesus.”
Para reconhecer e cultivar em nós os sentimentos de
Jesus, reconheçamos antes de mais nada em nós mesmos a presença do seu amor e o
poder do seu perdão; depois, olhemos para Ele, assumindo como nosso o seu
estilo de vida, que nos convida a abrir o coração, a mente e os braços para
acolher cada pessoa tal como ela é. Evitemos todo e qualquer julgamento com
relação aos outros; pelo contrário, deixemo-nos enriquecer pelo que há de
positivo nas pessoas que encontrarmos, mesmo se isso estiver escondido por um
cúmulo de misérias e de erros e essa busca nos parecer “perda de tempo”.
O sentimento mais forte de Jesus que podemos assumir como nosso é o amor gratuito, a vontade de nos colocarmos à disposição dos outros com os nossos pequenos ou grandes talentos, para construir corajosamente e concretamente relacionamentos positivos em todos os nossos ambientes de vida. É saber enfrentar também as dificuldades, as incompreensões, as divergências com espírito de mansidão e com a determinação de buscar os caminhos do diálogo e da concórdia.
O sentimento mais forte de Jesus que podemos assumir como nosso é o amor gratuito, a vontade de nos colocarmos à disposição dos outros com os nossos pequenos ou grandes talentos, para construir corajosamente e concretamente relacionamentos positivos em todos os nossos ambientes de vida. É saber enfrentar também as dificuldades, as incompreensões, as divergências com espírito de mansidão e com a determinação de buscar os caminhos do diálogo e da concórdia.
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no
Cristo Jesus.”
Chiara Lubich, que por toda a vida se deixou guiar
pelo Evangelho e experimentou a sua potência, escreveu:
“Imitar Jesus significa compreender que nós, cristãos, temos sentido se vivermos para os outros, se concebermos a nossa existência como um serviço aos irmãos, se basearmos a nossa vida sobre estes fundamentos. Então teremos realizado aquilo que Jesus mais valoriza. Teremos penetrado no âmago do Evangelho. E seremos realmente felizes.”
“Imitar Jesus significa compreender que nós, cristãos, temos sentido se vivermos para os outros, se concebermos a nossa existência como um serviço aos irmãos, se basearmos a nossa vida sobre estes fundamentos. Então teremos realizado aquilo que Jesus mais valoriza. Teremos penetrado no âmago do Evangelho. E seremos realmente felizes.”
Letizia Magri
Reproduzido pelo Blog do
Ademir Rocha
29 Agosto 2017
A Palavra convida-nos a tornarmo-nos portadores de bondade e
reconciliação.
Novo florescimento
«Como cristãos tínhamos decidido, minha mulher e eu, adotar duas meninas irmãs. Infelizmente, por causa de amizades erradas, ambas acabaram por entrar no mundo da droga. Desde aquela altura, começou para nós um autêntico calvário: abortos, filhos não desejados, problemas com a justiça. Procurámos ser para elas, ainda mais do que antes, um espaço de acolhimento e da paz. Neste momento, a mais crescida está a recuperar e, para além de cuidar da sua filha, quer, com a nossa ajuda, cuidar também do filho da sua irmã, a qual ainda está no túnel da droga. Nós somos espetadores dum delicadíssimo reflorescimento». (M e D. H. – Suíça)
«Como cristãos tínhamos decidido, minha mulher e eu, adotar duas meninas irmãs. Infelizmente, por causa de amizades erradas, ambas acabaram por entrar no mundo da droga. Desde aquela altura, começou para nós um autêntico calvário: abortos, filhos não desejados, problemas com a justiça. Procurámos ser para elas, ainda mais do que antes, um espaço de acolhimento e da paz. Neste momento, a mais crescida está a recuperar e, para além de cuidar da sua filha, quer, com a nossa ajuda, cuidar também do filho da sua irmã, a qual ainda está no túnel da droga. Nós somos espetadores dum delicadíssimo reflorescimento». (M e D. H. – Suíça)
O inocente absolvido
«Sou advogado de profissão. Há alguns meses constituí-me advogado de defesa dum sudanês acusado de ser um traficante de emigrantes e, ainda por cima, integrado numa associação para a delinquência. Foi apanhado ao comando dum barco que transportava 119 emigrantes, entre os quais mulheres e crianças. Nos colóquios que tive com ele na prisâo, tornou-se claro para mim que se tratava de um refugiado como os outros, o qual, ao serem abandonados à sua sorte, e apesar da sua inexperiência, se pôs corajosamente ao comando da embarcação, para se salvar a si próprio e aos outros. Infelizmente, ninguem acreditou nele. Sentindo como meu o sofrimento deste jovem, propus-me provar a sua inocência, sabendo que, para além de tudo, dada a sua condição de indigência, não me poderia pagar. Naturalmente, poderia contar com o patrocínio do Estado, o qual porém nem sempre cumpre o que está estipulado e, quando o faz, fica muito aquém do que é adequado. Mas este era um irmão meu. Durante o processo, fiz o melhor que podia para o defender. E consegui que fosse absolvido». (S. – Itália)
«Sou advogado de profissão. Há alguns meses constituí-me advogado de defesa dum sudanês acusado de ser um traficante de emigrantes e, ainda por cima, integrado numa associação para a delinquência. Foi apanhado ao comando dum barco que transportava 119 emigrantes, entre os quais mulheres e crianças. Nos colóquios que tive com ele na prisâo, tornou-se claro para mim que se tratava de um refugiado como os outros, o qual, ao serem abandonados à sua sorte, e apesar da sua inexperiência, se pôs corajosamente ao comando da embarcação, para se salvar a si próprio e aos outros. Infelizmente, ninguem acreditou nele. Sentindo como meu o sofrimento deste jovem, propus-me provar a sua inocência, sabendo que, para além de tudo, dada a sua condição de indigência, não me poderia pagar. Naturalmente, poderia contar com o patrocínio do Estado, o qual porém nem sempre cumpre o que está estipulado e, quando o faz, fica muito aquém do que é adequado. Mas este era um irmão meu. Durante o processo, fiz o melhor que podia para o defender. E consegui que fosse absolvido». (S. – Itália)
A “conjura”
«Como acontecia muitas vezes, o pai tinha bebido mais do que devia, e em casa gerou-se uma grande tensão. Dado que ninguém falava, eu ganhei coragem e, olhando-o fixamente nos olhos, falei-lhe da dor e da perplexidade que esta sua fraqueza provocava em todos nós. A seguir, falaram também os outros meus irmãos. Depois disto, as coisas foram mudando: em casa criou-se uma espécie de conjura, para ajudar o pai a ser fiel a este seu propósito de não beber. Fazer de conta que não se passava nada não seria solução: para o ajudar foi necessário dizer-lhe, por amor, a verdade. E todos juntos consegimos». (N.N. – América do Sul)
«Como acontecia muitas vezes, o pai tinha bebido mais do que devia, e em casa gerou-se uma grande tensão. Dado que ninguém falava, eu ganhei coragem e, olhando-o fixamente nos olhos, falei-lhe da dor e da perplexidade que esta sua fraqueza provocava em todos nós. A seguir, falaram também os outros meus irmãos. Depois disto, as coisas foram mudando: em casa criou-se uma espécie de conjura, para ajudar o pai a ser fiel a este seu propósito de não beber. Fazer de conta que não se passava nada não seria solução: para o ajudar foi necessário dizer-lhe, por amor, a verdade. E todos juntos consegimos». (N.N. – América do Sul)
O reconhecimento de um filho
«Quanto mais passa o tempo, mais cresce o meu reconhecimento para com a mãe. Depois de o pai nos ter abandonado, ela continuou a trabalhar duramente, para que nada faltasse aos seus quatro filhos. Um dia, foi ao funeral do cunhado e voltou para casa com um menino de apenas oito meses nos braços. A sua irmã tinha ficado sem condições de cuidar dele. E assim crescemos. Penso que o bem que agora anima as famílias de nós seus filhos seja um fruto da grandeza da nossa mãe, a qual nunca se preocupou consigo, mas viveu sempre numa doação permanente». (C. A. – Polónia)
«Quanto mais passa o tempo, mais cresce o meu reconhecimento para com a mãe. Depois de o pai nos ter abandonado, ela continuou a trabalhar duramente, para que nada faltasse aos seus quatro filhos. Um dia, foi ao funeral do cunhado e voltou para casa com um menino de apenas oito meses nos braços. A sua irmã tinha ficado sem condições de cuidar dele. E assim crescemos. Penso que o bem que agora anima as famílias de nós seus filhos seja um fruto da grandeza da nossa mãe, a qual nunca se preocupou consigo, mas viveu sempre numa doação permanente». (C. A. – Polónia)
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha
18 Setembro 2017
A Palavra convida-nos
a viver em plenitude, mesmo quando no caminho aparecem aas cruzes e os
imprevistos.
O imprevisto
Esperávamos o nosso primeiro filho. Logo que soubemos disto, um imprevisto: um pequeno nódulo num seio. Os exames evidenciavam que se tratava de um cancro. Para mim e para o meu marido, que é médico, foi um duro golpe. Três dias depois, após um colóquio com um especialista, fui operada. Na opinião dele a gravidez constituía um fator de risco: era necessário fazer imediatamente um aborto terapêutico, para começar a quimioterapia. Não quisemos resignar-nos. Confiando em Deus, fomos consultar outros médicos, procurando soluções alternativas. Por fim, decidimo-nos por um parto de cesariana, no sétimo mês de gravidez, quando o bebé já estaria perfeitamente capaz de sobreviver. Só depois é que começaria a quimioterapia e a radioterapia. Desde então já passaram 8 anos e estamos à espera do terceiro filho. (M. D. – França)
Esperávamos o nosso primeiro filho. Logo que soubemos disto, um imprevisto: um pequeno nódulo num seio. Os exames evidenciavam que se tratava de um cancro. Para mim e para o meu marido, que é médico, foi um duro golpe. Três dias depois, após um colóquio com um especialista, fui operada. Na opinião dele a gravidez constituía um fator de risco: era necessário fazer imediatamente um aborto terapêutico, para começar a quimioterapia. Não quisemos resignar-nos. Confiando em Deus, fomos consultar outros médicos, procurando soluções alternativas. Por fim, decidimo-nos por um parto de cesariana, no sétimo mês de gravidez, quando o bebé já estaria perfeitamente capaz de sobreviver. Só depois é que começaria a quimioterapia e a radioterapia. Desde então já passaram 8 anos e estamos à espera do terceiro filho. (M. D. – França)
O desconhecido
Um dia ia de carro com um homem que me tinha pedido boleia. Era meio-dia. Perguntei-lhe onde ia almoçar, ao que ele respondeu: «Não tenho um cêntimo no bolso e na realidade não sei como farei para almoçar». Fiquei cheio de suspeitas e desconfianças. Mas afastei esses pensamentos, dizendo a Jesus: «Não me importa quem ele é, pois o que lhe faço a ele, faço-o por ti». Meti a mão ao bolso e dei-lhe tudo o que tinha e, para não o humilhar, disse-lhe: «Quando puderes, pagas-me». Alguns dias mais tarde, recebi de um cliente um envelope com a soma exata que eu dera àquele desconhecido. Este acontecimento pareceu-me ser a confirmação de que o Evangelho é verdadeiro. (A. G. – Itália)
Um dia ia de carro com um homem que me tinha pedido boleia. Era meio-dia. Perguntei-lhe onde ia almoçar, ao que ele respondeu: «Não tenho um cêntimo no bolso e na realidade não sei como farei para almoçar». Fiquei cheio de suspeitas e desconfianças. Mas afastei esses pensamentos, dizendo a Jesus: «Não me importa quem ele é, pois o que lhe faço a ele, faço-o por ti». Meti a mão ao bolso e dei-lhe tudo o que tinha e, para não o humilhar, disse-lhe: «Quando puderes, pagas-me». Alguns dias mais tarde, recebi de um cliente um envelope com a soma exata que eu dera àquele desconhecido. Este acontecimento pareceu-me ser a confirmação de que o Evangelho é verdadeiro. (A. G. – Itália)
Festa em família
Algumas famílias amigas lembraram-se de organizar uma grande festa para os senegaleses que vivem na nossa cidade. Empenhámo-nos todos em fazer sentir a estes jovens imigrantes o calor da família. A um dado momento, um deles disse: «Tudo isto foi muito para além das nossas expetativas. Nenhum de vocês nos fez sentir diferentes, por isso sentimo-nos como se estivéssemos em nossa casa. Temos o mesmo Deus que nos torna irmãos». A festa acabou, a amizade não. (G. L. – Itália)
Algumas famílias amigas lembraram-se de organizar uma grande festa para os senegaleses que vivem na nossa cidade. Empenhámo-nos todos em fazer sentir a estes jovens imigrantes o calor da família. A um dado momento, um deles disse: «Tudo isto foi muito para além das nossas expetativas. Nenhum de vocês nos fez sentir diferentes, por isso sentimo-nos como se estivéssemos em nossa casa. Temos o mesmo Deus que nos torna irmãos». A festa acabou, a amizade não. (G. L. – Itália)
Temos um Pai
Reencontrámo-nos por acaso, depois de muitos anos. Não a via desde os anos de liceu. Depois de muitas aventuras tristes, ela, licenciada em matemática, encontrava-se na minha cidade, sem dinheiro, a fazer uma vida de vagabunda. Estava desesperada e eu ouvi-a. Naquele preciso momento, eu não tinha nada para lhe dar, mas prometi que a ajudaria: queria que tivesse confiança, porque – disse-lhe – «temos um Pai no Céu». Marcámos um encontro no dia seguinte. Entretanto, com a ajuda de outros, encontrei uma solução temporária e arranjei algum dinheiro, pelo menos para poder viver, comer e tomar banho. Dois dias depois, ela apareceu e, restituindo-me o dinheiro, explicou-me que lhe tinham oferecido um trabalho, num lugar onde lhe davam também alimento e alojamento. E acrescentou: «Tenho de te agradecer, mais do que pelo dinheiro, é porque naquele dia deste-me aquilo que eu mais precisava: a esperança e a certeza de que tenho um Pai que me segue». (Franca – Itália)
Reencontrámo-nos por acaso, depois de muitos anos. Não a via desde os anos de liceu. Depois de muitas aventuras tristes, ela, licenciada em matemática, encontrava-se na minha cidade, sem dinheiro, a fazer uma vida de vagabunda. Estava desesperada e eu ouvi-a. Naquele preciso momento, eu não tinha nada para lhe dar, mas prometi que a ajudaria: queria que tivesse confiança, porque – disse-lhe – «temos um Pai no Céu». Marcámos um encontro no dia seguinte. Entretanto, com a ajuda de outros, encontrei uma solução temporária e arranjei algum dinheiro, pelo menos para poder viver, comer e tomar banho. Dois dias depois, ela apareceu e, restituindo-me o dinheiro, explicou-me que lhe tinham oferecido um trabalho, num lugar onde lhe davam também alimento e alojamento. E acrescentou: «Tenho de te agradecer, mais do que pelo dinheiro, é porque naquele dia deste-me aquilo que eu mais precisava: a esperança e a certeza de que tenho um Pai que me segue». (Franca – Itália)
Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha
O EVANGELHO E A AÇÃO
NO FOCOLARES
O Projeto Amazônia
continua
31 Agosto 2017
A terceira edição do
projeto na grande Amazônia brasileira, no mês de julho, também neste ano levou
40 profissionais do setor da saúde e membros dos Focolares para passar alguns
dias em localidades distantes.
Óbidos, situada à margem
esquerda do Rio Amazonas, a 1.100 km (por via fluvial) de Belém, é uma
cidade com quase 50 mil habitantes. Lá existe um só hospital, administrado
pelos Frades Franciscanos da Divina Providência, que é absolutamente
insuficiente para o tratamento de casos mais graves. Atendendo ao apelo feito
pela Conferência Episcopal Brasileira, há muitos anos, um grande grupo composto
por médicos, enfermeiros e por estudantes, todos os anos, no período das
férias, vão prestar serviço e assistência à população local, especialmente nas
comunidades ribeirinhas. O Projeto
Amazônia já é muito conhecido.
Em julho, chegaram a Óbidos
os “missionários” deste ano – 40 pessoas provenientes de várias regiões do Brasil – depois de terem expedido por via fluvial,
15 caixas de remédios, material para tratamento dentário e brinquedos,
recolhidos durante o recente Run4Unity realizado em Belém. A população
local colaborou e ofereceu hospitalidade a todos.
O prefeito, que hospedou quatro
pessoas, colocou à disposição um barco e um ônibus possibilitando visitas tanto
às comunidades no interior quanto àquelas ribeirinhas (três comunidades que não
têm tratamento médico local e os habitantes raramente vão à cidade). Além
disso, ele contratou uma cozinheira durante o período de permanência dos
“missionários”. A primeira comunidade que eles visitaram (2000 pessoas)
situa-se ao lado de um lixão. O grupo permaneceu lá três dias.
Os comentários dos
protagonistas, dos médicos e das pessoas atendidas são bem mais expressivos que
os números: 611 consultas médicas, 221 tratamentos dentários em oito dias.
Uma senhora sofria uma forte dor de cabeça e foi atendida; depois, retornou nos
dias sucessivos para ficar naquele ambiente que ela definiu “paraíso”. No fim
do tratamento a dor de cabeça diminuiu muito.
Eliane, de São Paulo, disse: “Eu
vi os vídeos sobre o Projeto na Internet. Mas, com toda pesquisa que se faz,
nada é igual a estar aqui: foi um aprendizado que levarei comigo para toda a
vida. Mesmo com todo o sofrimento que eu já tive na minha história
(refere-se à recente perda do marido), pensei que ficaria indiferente a
qualquer outro sofrimento. Mas, agora, tenho várias ideias e uma grande vontade
de ajudar os outros!”.
Tiago é um jovem de Óbidos, colaborou
no Projeto pela segunda vez e não tem condições de comprar os óculos. Foi
organizada uma coleta para este fim e ele disse: “Diante de tanta
generosidade eu também sinto vontade de fazer algo pelos outros!”.
E Ana Carla, médica: “Compreendi
que a nossa situação não é a pior. Muitas mães me disseram que os filhos nunca
foram a uma consulta. Isto me fez pensar que talvez eu não consiga resolver
este problema, mas, eu posso amar, escutar, confortar, posso dar um remédio. É
já alguma coisa. Eu não me sinto cansada, mas, quando eu pergunto: ‘O que o seu
filho come?’ e ouço como resposta ‘farinha’; isso sim, ‘me cansa’”. Amanda
é estudante de medicina: “É necessário ver o estudo da medicina de maneira
diferente: diante de nós está uma pessoa doente e não simplesmente a sua
doença; as pessoas valem mais que as doenças. Não se pode permanecer tranquilos
somente receitando um remédio; é necessário tratar da pessoa”. Ereh é um
jovem de Óbidos e disse: “Para nós é difícil viver nesta situação. Mateus e
eu fazemos um trabalho voluntário com as crianças, damos aula”.
Solange, de Belém: “Quando eu
ouvi falar sobre o Projeto eu fiquei interessada e pedi permissão à minha
família para participar. Recebi muitas críticas, mas, chegando aqui encontrei
um ambiente de família que eu não esperava. Ver os jovens que, no mês de julho,
renunciam às férias me surpreendeu”.
Marcos é estudante de medicina e
disse: “Eu me encontrei na impossibilidade de resolver casos graves, não
tinha os meios; eu podia somente aliviar. Devemos ter a coragem de sujar as
mãos e ajudar os jovens que ficaram entorpecidos nas próprias cidades. Não é só
a droga que entorpece, mas, também, muitos outros vícios: permanecer fechados
no próprio egoísmo, nos próprios problemas”. Victor é de Santarém e disse:
“Em nome da Amazônia eu agradeço a todos vocês que deixaram a própria
cidade para vir nas nossas periferias”.
Agora o Projeto continua
sendo difundido e com a arrecadação de materiais e dinheiro para que se possa
fazer ainda mais no próximo ano.
Reproduzido pelo Blog do Ademir
Rocha