quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Palavra de Vida de Setembro de 2016

Palavra de Vida de Setembro 2016
Foto publicada por Lourdinha Ferreira 

Palavra de Vida – Setembro de 2016
Fonte: www.focolare.org
28 Agosto 2016
“Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus.” (1Cor 3,22-23)
Estamos na comunidade dos cristãos de Corinto, muito viva, cheia de iniciativas, animada internamente por grupos ligados a diversos líderes carismáticos. Daí também a existência de tensões entre pessoas e grupos, divisões, culto de personalidade, vontade de aparecer. Paulo intervém com decisão, lembrando a todos que, em meio à riqueza e variedade de dons e lideranças da comunidade, algo de muito mais profundo liga seus membros em unidade: o fato de pertencerem a Deus.
Ressoa, mais uma vez, o grande anúncio cristão: Deus está conosco. Não estamos desnorteados, órfãos, abandonados a nós mesmos. Mas, sendo filhos Dele, pertencemos a Ele. Como verdadeiro pai, Ele cuida de cada um, sem deixar-nos faltar nada daquilo que precisamos para o nosso bem. Mais ainda, Ele é superabundante no amor e nas dádivas: “Tudo vos pertence – como afirma Paulo: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, tudo é vosso!”. Ele nos deu até mesmo o seu Filho, Jesus.
Como é imensa a confiança da parte de Deus ao colocar tudo em nossas mãos! Por outro lado, quantas vezes abusamos dos seus dons: arrogamo-nos a donos da criação até o ponto de saqueá-la e degradá-la; donos dos nossos irmãos e irmãs até o ponto de escravizá-los e massacrá- los; donos das nossas vidas até o ponto de arruiná-las no narcisismo e na degeneração.
O imenso dom de Deus – “Tudo é vosso” – exige gratidão. Muitas vezes nos lamentamos por aquilo que nos falta, ou nos dirigimos a Deus somente para pedir. Por que não olhamos ao nosso redor e descobrimos as coisas boas e bonitas que nos rodeiam? Por que não mostramos a Deus a nossa gratidão por tudo o que Ele nos doa, dia após dia?
“Tudo é vosso” é também uma responsabilidade. Ela exige de nós solicitude, ternura, zelo por aquilo que nos foi confiado: o mundo inteiro e cada ser humano; o mesmo zelo que Jesus tem por nós (“vós sois de Cristo”), o mesmo zelo que o Pai tem por Jesus (“Cristo é de Deus”).
Deveríamos saber alegrar-nos com quem está na alegria e chorar com quem chora, prontos a recolher cada gemido, divisão, dor, violência, como algo que nos pertence. E compartilhar tudo até que seja transformado em amor. Tudo nos é dado para que possamos levá- lo a Cristo, ou seja, até a plenitude de vida, e a Deus, ou seja, até a sua meta final, restabelecendo assim em cada coisa e em cada pessoa sua dignidade e seu significado mais profundo.
Um dia, em 1949, Chiara Lubich experimentou uma profunda unidade com Cristo, chegando a sentir-se unida a Ele como a esposa ao Esposo. Imaginou, então, qual seria o dote que apresentaria a Ele e entendeu que deveria ser toda a criação! Ele, por sua vez, daria a ela em herança todo o Paraíso. Lembrou-se então das palavras do Salmo: “Pede-me e te darei como herança as nações e como tua posse os confins da terra…” (cf. Sl 2,8). “Nós acreditamos e lhe pedimos; e deu-nos tudo para levarmos tudo a Ele, e Ele nos dará o Céu: nós, a criação; Ele, o Incriado”.
Perto do final de sua vida, falando do Movimento que ela tinha feito nascer e no qual ela se via refletida, Chiara Lubich assim escreveu: “Qual o meu último desejo agora e por enquanto? Quisera que a Obra de Maria [o Movimento dos Focolares], no final dos tempos, quando estiver à espera de comparecer perante Jesus abandonado-ressuscitado, em bloco, pudesse repetir-lhe – fazendo eco às palavras do teólogo belga Jacques Leclercq, que sempre me comovem: ‘… No teu dia, meu Deus, caminharei em tua direção… Caminharei em tua direção, meu Deus […] e com o meu sonho mais desvairado: levar para ti o mundo em meus braços’.1
Fabio Ciardi
O Grito, São Paulo : Cidade Nova, 2000, pp. 127-128.

Espiritualidades
Fonte: www.focolare.org
A assunção de Maria, segundo Giordani, nos revela a onipotência de Deus, e, nos indica o caminho a percorrer para anular a violência e a guerra.
Foto de www.focolare.org 
Após a morte de Jesus, depois da efusão do Espírito Santo, Maria desaparece no anonimato, distante. Cumpriu sua missão e volta ao seu ambiente: o do silêncio, o do serviço. Refugiando-se em Deus resolve o problema da velhice, como nova infância do espírito e ensina a morrer. Esta operação, que provoca angústia e medo, torna-se, em Maria, Mãe, uma volta às origens, mediante um incessante perder-se em Deus, vida que não acaba. E a morte de Maria foi um perder-se no Eterno. Ocorreu no dia em que os Apóstolos foram capazes de agir por si mesmos.
Mas não foi uma morte no sentido em que nós a entendemos e sofremos, pelo contrário, foi algo doce e rápido, que os teólogos definem com várias expressões: pausa, passagem, trânsito, sono, morte vivificante.
Aquele corpo virgem não podia receber a contaminação do processo de decomposição, uma vez que, tendo padecido com Cristo não poderia deixar de elevar-se imediatamente à glória, com Cristo.
Assim, o que para Cristo fora a ressurreição, foi para Maria a Assunção: dupla vitória – do corpo e do espírito – sobre a morte.
No nosso tempo apresentou-se a milhões de seres humanos e, talvez, à humanidade inteira, o espectro terrificante de uma desintegração física, sob a ameaça da bomba atômica ou pela poluição ecológica.
Não existe nenhuma possibilidade de refugiar-se a tal destino, senão salvar-se mediante uma vitória semelhante à de Jesus e Maria: tornando-nos, também nós, espiritualmente, Jesus e Maria, agentes de vida, e faz-se isto inserindo a nulidade da vida humana na onipotência divina.
Se, colocados juntos, vivendo do Evangelho, somos Cristo místico, se, como Maria, damos Jesus à sociedade, a guerra não tem sentido e a bomba atômica torna-se objeto de museu. Existe a paz: um único coração e alma da comunidade reunida em torno a Maria; e o seu fruto é a unidade. A unidade dos viventes.
Elevando-nos deste pântano sanguinolento, que é a terra, ao céu de Maria, a toda bela, a Estrela do Mar, compreende-se melhor o sentido de sua assunção que foi o selo supremo ao seu privilégio único de Virgem Mãe de Deus.
Um fato, este, que deveria comover até os materialistas, porquanto representa a exaltação do corpo físico, por obra do Espírito Supremo. Nela celebra-se a matéria redimida e exalta-se o universo material, transfigurado em templo do Altíssimo.
Basta meditar um momento, com intelecto de amor, sobre a posição de Maria que se eleva da terra ao céu passando pelo cosmo, para compreender o seu ser e a sua função. Ela é a obra-prima da criação. Nela Deus quis mostrar toda a sua onipotência, a sua infinita originalidade. Admiráveis são as estrelas e átomos, nas suas próprias estruturas, e repletos de beleza, que jamais terminará, são céus e mares, homens e anjos… Mas, ela é mais bela: reúne e funde todas as maravilhas deles, e a inteira natureza apresenta-se como um pedestal aos seus pés.
Maria, humilde, porque nenhuma altura exterior poderia elevá-la; silenciosa, porque nenhuma voz humana poderia defini-la; pobre, porque nenhum adorno da terra poderia embelezá-la. Ela se expressa somente com a palavra de Deus, ela é rica somente da sabedoria de Deus, ela é grande somente da grandeza de Deus.
Desta forma, identificada com o Senhor, Maria é a expressão humana da grandeza, da mente e do amor da Trindade. A rainha – serva e senhora – da morada de Deus, que abre as portas e acolhe os filhos, agindo para reuni-los no palácio real do Pai, para a glória do Filho, na presença do Espírito Santo.
Para dar aos mortais uma ideia de Deus infinito, que é superior e submerge a inteligência do homem, quase que para mediar a potência, a sabedoria e o amor da Trindade inefável, à qual nunca a humanidade se teria aproximado, o Criador criou Maria, em cujo seio o Verbo se fez carne, em cuja pessoa Deus se faz acessível e o divino amor torna-se de casa. Maria, entre nós, traz Deus em meio a nós.
É porta do céu, foi assunta à morada de Deus, para acolher os filhos na casa do Pai. Assim, eles, os filhos, a invocam, até mesmo centenas de vezes ao dia, para que rogue por eles, agora, e na hora da morte.
(Fonte: Igino Giordani, Maria modello perfetto, Città Nuova, Roma 2012 (1967), pp. 157 – 163).
Foto publicada por Gilda F. C.

Espiritualidade
Fonte: www.focolare.org
 Evangelho vivido: todos irmãos

10 Agosto 2016
A Palavra de vida de agosto recorda-nos que somos todos irmãos. Alguns breves testemunhos, de pessoas de países diferentes, que experimentaram colocá-la em prática.
«Sinto muito…»
Um colega médico, mais velho do que eu, me havia repreendido diante dos pacientes por um erro que não me parecia ter cometido. Sentindo-me ofendido, fui embora, batendo a porta. Em casa eu não conseguia ficar tranquilo, devia fazer alguma coisa para recompor aquele relacionamento. Após muita indecisão, resolvi ligar para o seu consultório. «Sinto muito – disse-lhe – pelo o que aconteceu hoje de manhã». Ele ficou surpreso e muito contente. Desde então o nosso relacionamento continua a crescer: a descoberta de que, embora em meio a tantas dificuldades, é possível dar uma dimensão humana ao nosso trabalho.

R. S. – Canadá


O que fazer com aquele dinheiro?
Tínhamos recebido, de um parente, uma grande soma em dinheiro. Surpreendidos por um gesto tão inesperado, nos perguntávamos o que fazer com ele. Na família somos nove, e cada um exprimiu um desejo, alguns queriam uma coisa, outros algo diferente… Quanto a mim, eu desejaria dar ao menos uma parte daquele dinheiro para uma causa social. Mas, os nossos filhos estariam de acordo? Foi então que minha esposa e eu lembramos que temos um filho no céu. Se estivesse entre nós certamente ele também teria a sua parte. Ninguém, portanto, nos proibia de destinar àquela finalidade o valor que seria dado a ele. Foi só comunicar a ideia aos outros e todos aderiram com alegria a essa decisão.

C. M. – Argentina


Amar sem esperar nada
Nossa filha, Ana, era uma garota cheia de vida e de ideais que queria realizar: formar-se, ser arqueóloga, construir uma linda família. Infelizmente, as coisas não aconteceram assim. Depois de obter o diploma ela atravessou um período de estresse, principalmente o fato do namorado tê-la deixado a levou a uma crise profunda. Minha esposa e eu estávamos aflitos. Sentíamo-nos impotentes e com a dúvida se tínhamos errado algo em sua educação. Esta dura experiência levou-nos a um relacionamento com Deus muito profundo. Junto com os outros filhos começamos a amar Ana com um amor que não esperava nada e, pouco a pouco, ela saiu do túnel. Um dia confidenciou-nos que o amor da família havia sido determinante para a sua cura.

E. P. – Áustria

Reproduzido pelo Blog do Ademir Rocha

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