quarta-feira, 11 de novembro de 2009

PALAVRA DE VIDA - FOCOLARES - ABAETETUBA/PA 5

PALAVRA DE VIDA – FOCOLARES – ABAETETUBA/PA



PARA RESOLVER OS PROBLEMAS DA CIDADE:


Por onde começar a resolver os problemas das cidades?
Sempre a partir das feridas da cidade: a partir dos excluídos, dos "inexistentes" para aquela cidade... Porque, pensando neles, Jesus nos repete hoje:
"Tudo o que fizerdes a eles, foi a mim que o fizestes.



O SETOR DOS VOLUNTÁRIOS DA OBRA DE MARIA E SEUS MEMBROS


O setor dos voluntários é uma ramificação da Obra de Maria (Movimento dos Focolares), da qual faz própria a natureza, o espirito e os fins.
É regido pelos estatutos geraisda Obra e pelo seu regulamento.
Os voluntários são leigos que vivem de modo totalitário a espiritualidade evangélica da unidade.
Através desta, que é um caminho ao mesmo tempo individual e comunitário para ir até Deus, visam imitar, em nosso século, a vida dos primeiros cristãos...


A PREMISSA DE QUALQUER OUTRA REGRA


"A mútua e contínua caridade, que torna possível a unidade e faz com que Jesus esteja presente na coletividade é, para todas as pessoas que compõem a Obra de Maria, a base de suas vidas em cada um de seus aspectos: é a norma das normas, a premissa de qualquer outra regra".



TENDE CORAGEM: EU VENCI O MUNDO

Não é preciso ir muito longe para encontrar remédio e solução para as fumaças que contaminam a atmosfera do mundo. O Evangelho é a saúde eterna e quem, em nome dele e por ele, até morre, desaparecendo, mesmo em nossos dias, talvez ignorado por todos, vive.
Esse, porque amou e perdoou, defendeu e não cedeu, é um vitorioso e, como tal, é acolhido nos páramos eternos.
Mas o Evangelho não há de ser apenas a regra da nossa morte; deve ser o pão cotidiano da nossa vida.
Passando pelas ruas de cidades tradicionalmente católicas, muitas vezes vem a tentação de duvidar da fé das pessoas. Afinal, nós sabemos quantos, também na nossa Itália católica(1), perderam o senso de Deus. E isto se vê, se sente, se sabe; e o cinema e o teatro, a televisão e a moda, a pintura e a música e os jornais o atestam.
Às vezes, certas situações nos deixam estarrecidos e uma sensação de desânimo nos assalta, vendo adultos e inocentes imersos num mundo tão pouco cristão... É quando a fé – se ainda vive em nosso coração – nos sugere uma palavra de Jesus, daquelas eternas. E, atônitos, ficamos convictos e iluminados. Certos, sobretudo, de que aquela sua palavra tem a atualidade de sempre. E nasce no coração a esperança de que, nutrindo-nos dela, não só o nosso espírito encontrará defesa ao ataque contra o mal que nos circunda, pelo bem daqueles que amamos e desejamos ver salvos.
“Tende coragem: eu venci o mundo!”
(Jo 16,33).Quando o tédio, a apatia ou a revolta ameaçam enfraquecer a nossa alma no cumprimento da vontade divina, devemos ir além. Com Jesus é possível que o homem novo viva constantemente em nós, e as nuvens de fumaça do mundo que refreiam a nossa alma se dissiparão.
Quando a antipatia e ódio nos induzirem a julgar ou detestar um irmão nosso, deixemos Cristo viver em nós e, amando, não julgando, perdoando, venceremos.
Quando nos pesam na alma situações que há anos se arrastam na família, na comunidade de trabalho – pequenas ou grandes desconfianças, ciúmes, invejas, tiranias – devemos desempenhar a função de pacificadores e mediadores entre as partes adversárias e recompor a unidade entre os irmãos em nome de Jesus, que trouxe esta idéia à terra, como a verdade, pedra preciosa do seu Evangelho.
Se nos cerca um mundo, como o político ou social, calejado por paixões, por carreirismo, esvaziado de ideais, de justiças e de esperanças, não nos deixemos sufocar. Devemos confiar e não abandonar sobretudo o nosso posto e o nosso empenho: com Quem venceu a morte, pode-se esperar contra toda esperança.
Chiara Lubich
(1) A Itália é um país tradicionalmente de grande maioria católica



MEU RELACIONAMENTO COM MARIA


É a minha função neste momento expor algumas idéias sobre o meu relacionamento com Maria e o rosário.Muitos certamente me conhecem. Mas para aqueles que não me conhecem, creio que seja necessário me apresentar.Sou Pasquale Foresi, primeiro sacerdote do Movimento dos Focolares, ordenado por Dom Carlo de Ferrari, em 1954, em Trento, onde nasceu esta Obra.

Por ser sacerdote, eu fui encarregado de ter os primeiros contatos do Movimento com a Santa Sé.

Outra função especial foi aquela de seguir, como membro do Centro da Obra, o desenvolvimento do Movimento no mundo e colaborar, diretamente com Chiara, na redação dos vários Estatutos. Pude também dar vida e seguir obras concretas a serviço do Movimento, tais como o Centro Mariápolis para a formação dos membros em Rocca di Papa, a Mariápolis permanente de testemunho em Loppiano, a Editora Cidade Nova em Roma e outras obras que foram se multiplicando no mundo.

E agora conto algo sobre a pequena história do meu relacionamento com Maria e o Rosário, história que, a meu ver, como outras que aqui são contadas, não pode deixar de fazer referência a uma vastíssima realidade que num Congresso Mariano, como é o nosso, é preciso mencionar: o perfil mariano da Igreja. De que se trata?

O teólogo Hans Urs Von Balthasar afirma que Jesus ressuscitado, presente aqui na Terra na Igreja até a consumação dos tempos, de alguma forma, deve estar circundado por aquelas figuras que estavam com ele durante a sua vida terrena. Não só pela figura de Pedro, por exemplo, que é representado pelo Papa, mas também por outros, tal como Paulo, João, Tiago, por exemplo, e Maria. Com cada um deles Jesus tem um relacionamento preciso e, com Maria, é muito especial.

É o que diz João Paulo II na Mulieris dignitatem, quando afirma que o perfil mariano é «tão fundamental e caracterizador – se não for mais – quanto o perfil apostólico e petrino, ao qual está profundamente unido». Aliás, numa alocução dirigida em 1987 aos cardeais e aos prelados da Cúria Romana se lê: «Maria precede qualquer pessoa e, obviamente, inclusive Pedro e os Apóstolos... A Igreja – continua João Paulo II – vive deste autêntico "perfil mariano", desta "dimensão mariana"... O vínculo (entre o perfil mariano e petrino) é estreito, profundo e complementar...».

O perfil mariano é evidente na santidade dos beatos, dos místicos e dos fundadores. Vem em relevo também quando um novo impulso profético desabrocha na Igreja, como, por exemplo, as Ordens Religiosas ou os novos Movimentos eclesiais. É o que se vê ainda no empenho dos leigos em "cristificar" o mundo e não só.

O perfil mariano está presente, portanto, também nos Movimentos.

O próprio Urs von Balthasar faz essa menção, citando pessoas já falecidas e outras aindaviva, portadoras de carismas.

Mencionando explicitamente o Movimento dos Focolares, ele enfatiza os diálogos,especialmente com fiéis de outras religiões, como com os budistas (o mais difícil, na sua opinião) e com os que não crêem.

E aqui surge uma pergunta: se inclusive as nossas realidades eclesiais são uma expressão do perfil mariano da Igreja, por que não podemos supor que quem delas fazem parte não tenha um relacionamento privilegiado com Maria, a mãe carismática por excelência? É o que também eu espero.

Se for assim, é mais fácil compreender a origem das nossas experiências.

Falar de Maria e do Rosário, na minha vida, é relembrar o período em que, quando eu tinhadois ou três anos, aprendi dos meus pais a recitar o pai-nosso e a ave-maria. Ainda lembro do entusiasmo e dos afagos que me faziam quando, admirados, viam que eu recordava exatamente de todas as palavras dessas orações.

São muitos os episódios que revelem o meu relacionamento com Maria. Por exemplo, sempre aos três anos, eu recitava a ave-maria em público diante de um presépio, como tinham me pedido. Ou mais tarde, orgulhoso por participar dos momentos de oração dos adultos, eu recitei com a minha família o rosário. Ou ainda, quando superei brilhantemente um exame difícil para mim, após ter pedido a ajuda de Maria.

Da época do ensino superior, eu não me lembro de nada. Porém, lembro que quando eu tinha 15 anos – para a grande preocupação dos meus –, saí de casa, atraído por um Ideal: combater pela Itália. Estive longe da minha família por quase dois anos. De dia eu dormia e de noite eu fazia sentinela.Visto que o tempo não passava, comecei a recitar o rosário. Eu o fiz por várias noites. E aconteceu algo singular: eu me senti transportado, como se o céu me envolvesse e me iluminasse.

Eu pensei, então, que aqueles que trabalhavam de noite e recitavam o rosário, fizessem a minha mesma experiência.

Só depois de algum tempo é que percebi que terá sido uma graça especial, porque, junto com o desejo de rezar, nasceu em mim a vontade de consagrar-me completamente a Deus. Eu me sentia indigno, mas Maria me ajudou.

De fato, tendo lido a vida de Santo Inácio de Loiola, o qual, sendo também ele militar, a certa altura quis doar-se a Deus, eu pensei em fazer o mesmo. Voltei para casa e primeiro entrei para o seminário de Pistóia, depois estudei no Colégio Caprânica, em Roma.

Eu estava contente e satisfeito com a minha escolha. A certa altura, porém, não é que tive uma crise de fé, mas mudei de idéia. Recordo que li com grande interesse o Evangelho. A certa altura, confrontando- me com ele (era o período pré-conciliar; depois, o Concílio trouxe uma grande e maravilhosa renovação) tive a impressão de que a Igreja não era o que devia ser. Eu não sabia se conseguiria ser sacerdote com esta dificuldade no coração e interrompi momentaneamente os estudos.Nesse período, conheci o Movimento dos Focolares, que teria assumido o nome oficial de Obra de Maria. Era uma nova realidade carismática que, como muitas outras, o Espírito Santo suscita no tempo para fazer amadurecer na Igreja a autenticidade e o radicalismo da vida evangélica. De fato, eu notava nas pessoas que pertenciam ao Movimento uma fé absoluta na nossa Igreja católica e, ao mesmo tempo, uma vida evangélica radical. Compreendi assim que aquele era o meu lugar e a idéia de ser sacerdote logo voltou.

Também nessa ocasião Maria não estava ausente.

Em 1954, quando eu estava fazendo os exercícios espirituais, prescritos para me tornarsacerdote, estive num convento para me preparar. Eu me sentia só, pois estava longe do Movimento.

E do focolare, onde, pelo nosso amor recíproco, havia Jesus em meio. Portanto, experimentei o desânimo e o gelo. Mas também ali tive uma impressão forte. Uma experiência espiritual tão bela que iluminou toda a minha vida.

Depois, a oração do rosário me ajudou muito a realizar, como sacerdote, a função de ser um ponto de contato entre o Movimento e a Igreja a fim de obter a sua aprovação. Quando encontrava dificuldades, eu dizia: «É preciso rezar mais!» E rezar significava recitar o rosário.

Ainda hoje o rosário é uma oração especial para mim. Sou grato a Maria, porque quase sempre, quando recito o rosário, sinto crescer em mim a união com Deus, de forma que depois de ter recitado os quatro mistérios, sinto vontade de recomeçá- los. Não o faço para não sobrecarregar, com um maior número de orações, a vida dos meus companheiros.

Ultimamente eu tinha me perguntei porque razão o Papa ainda não tinha escrito umdocumento sobre o rosário, visto que outros papas o tinham feito.

Exatamente naqueles dias, João Paulo II anunciou que teria dedicado um documento ao rosário. Aliás, teria acrescentado os cinco mistérios luminosos.

Depois de mim, muitos outros focolarinos tornaram-se sacerdotes a serviço da Obra deMaria.

Se podemos e devemos dar a nós mesmos uma definição, ela seria: «ser sacerdotes de Maria».

De fato, sentimos que a nossa função é «levar – como São João – Maria para casa». E isso quer dizer, como explicou João Paulo II na sua Encíclica Redemptoris Mater, agir como o apostolo predileto, que acolhe «entre as suas coisas próprias» a Mãe de Cristo e a introduz em todo o espaço da própria vida interior, isto é, no seu "eu" humano e cristão11.

Assim. E ainda «levar Maria para casa», guardando no coração, protegendo e enriquecendo, com a graça de Deus, o tesouro da sua presença na Obra de Maria.Terminei.Que Deus faça com que o nosso Movimento, com todas as outras realidades eclesiais que são expressões do perfil mariano, seja cada vez mais digno de representar Maria na Igreja e no mundo!Padre Foresi

Castelgandolfo, abril de 2003



I – TODOS OS HOMENS SÃO CANDIDATOS À UNIDADE

“Dirigir sempre o olhar ao único Pai de muitos filhos, e depois, olhar todas as criaturas, como sendo filhas do único Pai. Ultrapassar sempre, com o pensamento e com o coração, todo limite colocado por causa da natureza humana e tender constantemente e por hábito adquirido à FRATERNIDADE UNIVERSAL, num único Pai: Deus!”
“Eis a primeira idéia, que pode desde já revolucionar a nossa alma se formos sensíveis ao sobrenatural: A FRATERNIDADE UNIVERSAL, que liberta-nos da escravidão. Somos de fato escravos das divisões entre pobres e ricos, entre pais e filhos, entre raças, entre nacionalidades, até mesmo entre bairros; nos criticamos, existem obstáculos, barreiras...”aquilo que devemos fazer é desligarmo-nos de todas estas escravidões e ver em todos os homens, candidatos à Unidade. “’Também meu filho? – poderia perguntar a mãe.’, ‘Também aquela mulher tagarela?’, ‘Também aquele velho?’, ‘E aquela pobrezinha?’; ...Será possível? SIM, em todos devemos ver possíveis candidatos à Unidade com Deus e à Unidade entre nós. É preciso escancarar o coração, romper com todas as amarras e colocar no coração a fraternidade Universal e dizer: EU VIVO PELA FRATERNIDADE UNIVERSAL”.


“Nós somos chamados a colaborar para realizar o “Ut Omnes” (Que todos sejam um) e então, antes de tudo, reavivemos a nossa fé de que cada homem é chamado à Unidade, porque Deus ama a todos. E não coloquemos desculpas dizendo: aquele nunca entenderá... aquele é muito pequeno para compreender... Não. Coloquemos de lado todos estes juízos. Deus Ama a todos, Deus espera por todos”.

II – QUEM É O PRÓXIMO?

“O importante é termos uma única idéia a respeito do próximo. O próximo é o irmão que passa ao nosso lado no momento presente da vida”.

“Portanto, o Amor não deve ser abstrato, Ideal, mas um Amor concreto: o meu próximo é este que está ao meu lado, é este que senta atrás de mim na escola... É preciso amar não de um modo ideal (abstrato) e futuro, mas de um modo concreto e presente, AGORA. É preciso amar, é preciso Amar.”

“Aquilo que mais nos impressionou, olhando uma destas biografias, foi de que o novo Santo (Pe. Maximiliano Kolbe), ...diante de um prisioneiro, destinado a morrer de fome no Bunker da morte, desconhecido dele, mas que se tornou, num momento presente da sua vida, seu próximo, esqueceu-se de imediato toda a grande obra (que estava realizando não por interesse próprio, mas em favor do Reino de Deus), toda a vasta atividade cultural, as suas cidadelas da Imaculada, os seus filhos espirituais, os seus escritos, para tomar o lugar de um outro.
Pe. Maximiliano Kolbe não podia pensar que, com aquela obra, que tinha feito com que surgisse na Igreja, podia glorificar a Deus mais vivo do que morto?

Ele, pelo contrário, não hesitou e ofereceu a sua vida para salvar a de um pai de família”.

III – O SERVIÇO“
Quem quer realizar a unidade deve ter um único direito: Servir a todos, porque em todos serve a Deus”.
“A Unidade... com Deus... pressupõe o anulamento total, a humildade mais heróica... A Unidade com os outros é alcançada ainda através da humildade: ASPIRAR constantemente ao PRIMADO, colocando-se o mais possível a serviço do próximo”.

“Poderia dizer: Mas devo realmente dar-lhe uma camisa quando ele está sem camisa? devo realmente levar-lhe o prato à mesa?”. Olhe, o serviço que Jesus pede, não é um serviço ideal, não é um sentimento de serviço. Se vocês estudarem bem o Evangelho, verão que Jesus falava de um serviço concreto: com os músculos, com as pernas, com a cabeça... É preciso realmente servir”.

“Toda a Sabedoria do cristianismo encontra-se numa única palavra, e também toda a sua revolução, e esta palavra é: SERVIR. No mundo procura-se estar em evidência, oprimir os outros, mandar; Jesus disse-nos justamente o contrário e deu-nos o exemplo com o lava-pés, ele que era o ‘Mestre e Senhor’. Ele quer que nós sirvamos a todos”.

“Façamos tudo o que devemos fazer com espírito de serviço, tanto se o nosso trabalho é dirigido à expansão do reino de Deus, quanto se é realizado entre as paredes domésticas, ou voltado ao bem da comunidade civíl.

Se virmos Cristo em cada próximo com que tratamos: dependentes, superiores, iguais (Ele considera feito a si tudo aquilo que fazemos aos outros, em particular aos mais necessitados), será mais fácil termos este comportamento.

Sirvamos sempre, sirvamos a todos, sirvamos bem.

Que Deus nos conceda a graça de deixar pasmado o mundo, repleto de soberba, faminto de domínio, com o nosso comportamento cristão desinteressado, de serviço a todos”.


IV – FAZER-SE UM“
A alma que quiser levar a Unidade, deve manter-se, constantemente, num total abismo de humildade ao ponto de perder até mesmo a sua alma em favor do próximo e a serviço de Deus nele”.

“Naturalmente é preciso servir com inteligência. Eis o porquê da quarta idéia que devemos ter em mente: como se faz para servir bem, para servir com inteligência?

São duas palavras ‘mágicas’, também isto é cristianismo: FAZER-SE UM COM O OUTRO. O outro sofre? Devemos sentir com ele suas dores; o outro está contente? Devemos sentir as suas alegrias; o outro tem uma preocupação? Devemos sentir a sua preocupação. FAZER-SE UM com o outro.

Em resumo: devemos dissolver este coração que é de pedra e ter um coração de carne para amar os outros, para sentir com os outros, para viver os outros, isto é importante, isto é servir”.

“Fazer-se um em tudo, em tudo, exceto no pecado. Você poderia dizer: ‘Mas que perda de tempo, olhar aquilo na televisão, que perda de tempo dar um passeio...’. Não, o tempo não é perdido, é todo amor, é tudo tempo ganho, porque é preciso fazer-se um por amor. Se hoje todos nós levássemos estas palavras: FAZER-SE UM POR AMOR, isto é, DESINTERESSADAMENTE, seríamos bastante felizes. Fazer-se Um por Amor, não para ganhá-los a Cristo, nem mesmo por um interesse sobrenatural. Nada! Fazer-se Um. Fazer-se Um. Além do mais constatei que com pessoas que talvez não queiram saber nada de Jesus Cristo, o que sucede? Aquelas pessoas retornam, porque se sentem livres.

Este fazer-se um exige a morte de nós mesmos, porque não podemos mais viver por nós mesmos, mas para os outros. Mas, esta nossa morte é vida em nós, é Cristo em nós. E então, se é Cristo em nós, sobre a nossa morte, todos, pouco a pouco, cedo ou tarde, são atraídos por Cristo. Jesus disse: “Quando eu for levantado sobre a cruz, atrairei TODOS A MIM.” E então, também a Cruz, isto é, o matarmos para deixarmos com que Cristo viva em nós, pouco a pouco todos são conquistados. Esta é a grande experiência do Movimento dos Focolari.”


V – COM OS IRMÃOS DE IDEAL, MANTER JESUS NO MEIO, O RESSUCITADO
“Fazer-se um com os irmãos de Ideal para não obscurecer NUNCA a presença de Jesus no meio, mas para mantê-La sempre vivíssima”.

“Jesus quer que nos amemos até o ponto de morrer um pelo outro. Ele não quer que nos amemos esperando morrer amanhã, ou depois de amanhã, ou no próximo ano, quer que morramos AGORA. Quer que vivamos mortos, mortos a nós mesmos, porque estamos vivos para o Amor. Então quando encontram-se duas pessoas que se amam desse modo, eis que acontece um fato extraordinário... “Onde dois ou mais estão unidos no meu nome – disse Jesus – (que quer dizer: neste Amor) Eu estou no meio deles” (que quer dizer: Neles).

Dois ou mais que se amam desta maneira, levam no mundo, geram no mundo uma nova chama: o próprio Jesus, o mesmo, o mesmo Jesus. É FABULOSO!!!

“Veio-me muitíssimo em relevo a importância deste modo de viver para manter em nós a Igreja viva, para levar conosco o Ressuscitado, como verdadeiros ‘Cristóforos’. Nós devemos ter continuamente esta tensão pacífica de fazer-se um com os outros, sem nenhuma outra preocupação além daquela de ‘viver o outro’. Para poder, sempre na nossa a vida, imitar de certo modo, Maria, que deu Jesus ao mundo...

E esta é a única obra útil que podemos realizar na vida”.

“Para chegarmos a isto é preciso a plena comunhão de alma, de idéias, de bens, etc. sabendo, no entanto, que isto pode significar perder, recomeçar, sofrer algo errado, para salvar a unidade dos espíritos: ‘É melhor o menos perfeito na unidade, que o mais perfeito na desunidade’”.

“Este ano entendemos que Ele queria ser encontrado pelos membros do nosso Movimento num lugar: EM MEIO A ELES. É isto o que Ele quer, é isto o que deseja. Podemos, de fato, pensar que um dos objetivos que Ele tinha em mente quando suscitou a nossa Obra, era justamente o de poder se estabelecer em todas as apartes, também fora das igrejas (construções), no meio das pessoas, nos lugares onde elas vivem, onde se encontram.

Então, abramos espaço para Ele no nosso meio, sobretudo entre as a pessoas do nosso ‘cacho’. De lá, Ele poderá irradiar amor e luz entre as muitas outras pessoas no mundo. Reavivando o nosso dever de serviço, fazendo-nos um reciprocamente, entre nós, tornamos possível a Sua Vida entre nós, facilitamos a Sua Vida entre nós”.

Chiara Lubich



“Não se faça a minha vontade, mas a tua”.


Esforça-te por permanecer na vontade de Deus, e que a sua vontade permaneça em ti.

Quando a vontade de Deus for feita na terra como no céu, cumprir-se-á o testamento de Jesus.Olha o sol e os seus raios.O sol é símbolo da vontade divina, que é o próprio Deus. Os raios são esta divina vontade sobre cada um de nós.

Caminha para o sol na luz do teu raio, diverso e distinto de todos os outros, e realiza o particular e maravilhoso desígnio que Deus tem sobre ti.

Infinito número de raios, todos provenientes do mesmo sol... uma única vontade, particular sobre cada um.

Os raios, quanto mais se aproximam do sol, tanto mais se aproxima entre si. Também nós, quanto mais nos aproximamos de Deus, pelo cumprimento sempre mais perfeito da vontade divina, tanto mais nos aproximamos entre nós.

Até que sejamos todos um.

Chiara Lubich


JESUS ABANDONADO


O homem foi criado para ser feliz e buscar a felicidade: ele a deseja, suspira por ela, mas dificilmente a encontra. Toda manhã eu me consagro a Jesus Abandonado, e é só através dele que eu encontro a paz, a luz, ou, numa palavra, a felicidade. Poderia dizer algo a respeito desse fato, que parece uma contradição?

Parece uma contradição, mas não é.

Sabemos que em cada dor devemos ver o semblante de Jesus Abandonado. Isso porque se somos, por exemplo, incompreendidos, vemos nele “o incompreendido”; se caímos numa “armadilha” podemos ver naquilo que lhe aconteceu uma “armadilha”; se nos sentimos fracassados, vemos nele alguém que também se sentiu “fracassado”...Jesus Abandonado está presente em cada dor; por isso, é preciso abraça-lo dizendo-lhe do fundo do coração: “Es tu, e eu te quero; a ti eu me doei”.

Depois, no momento seguinte, deve-se passar a amar o próximo ou qualquer outra vontade de Deus.

E então você perceberá que aquela dor desaparece. Às vezes, você se surpreende ao sentir que a dor realmente se foi, não existe mais, e se sente em paz e livre para caminhar, viver e amar.

O fato é que, numa espiritualidade cristã como a nossa – que tem como referencia a paixão de Jesus –, o crucifixo, Jesus Abandonado, está intimamente ligado ao Espírito Santo. E quando, como Jesus, também nós dizemos que é chegada a nossa hora de sofrer, que por isso a queremos porque é um aspecto de Jesus Abandonado, e a aceitamos como Jesus aceitou a dor, também nós experimentamos o Espírito Santo. O que sentimos de belo, de livre, de amor, em nosso coração, é efeito do Espírito Santo.

Não se trata, pois, de uma contradição encontrar em Jesus Abandonado a paz e a alegria. É, ao contrário, uma coisa lógica, segundo a paixão de Jesus, segundo o mistério da salvação.


Chiara Lubich




A SANTÍSSIMA TRINDADE


Por meio da vinda do Filho de Deus que se encarnou na nossa terra, pudemos tornar-nos filhos de Deus; filho, como ele, que é Filho do Pai, filho no Filho.

De fato, dentro de nós está presente um tesouro infinito. Nós o descrevemos como uma voragem, como um abismo, como a imensidão, como um sol divino dentro de nós: é a Santíssima Trindade. Temos, assim, a possibilidade de conviver com ela, podemos ouvir o apelo a nos perdemos nela, para nos encontrarmos mais “cristificados”.

E fechando a janela da alma do lado de fora e abrindo-a para dentro, podemos conversar com ela. Trata-se de um convite a permanecermos no Céu dentro de nós, onde vive o Eterno e é o Ser verdadeiro.

Mas não é somente a oração o que a Santíssima Trindade em nós pede. As três Pessoas Divinas, que são o único amor, desejam ter um relacionamento celestial com cada um de nós; e cada Um a seu modo.



O Pai


Temos o Pai. No nosso íntimo está presente um Pai.Aquele Pai Celeste – que deu origem e sustenta a imensa Criação, o cosmo, no qual estamos imersos como uma gota no oceano – está também no nosso pequeno coração.

E esse Pai é pai realmente. São vários os nossos contatos com Ele; Ele é, por exemplo, o destinatário da oração mais divina que podemos recitar: o Pai-Nosso. Nós o invocamos em nome de Jesus para obtermos as graças desejadas. Uma característica nossa é a que enfatiza o nosso carisma, a frase de são Pedro que sugere: lancemos nele todas as preocupações (cf. 1Pd 5,7). E quantas vezes, uma infinidade de vezes, lançamos com fé as preocupações no seu coração, fomos rapidamente libertados delas, que desapareceram, resolvidas pelo seu amor.

Porque é assim que se age com um Pai: confia-se nele com segurança, em relação a tudo. E este é um Pai, o amparo, a certeza do filho que, como uma criança, abandona-se, despreocupada, em seus braços.



O Verbo


Dentro de nós há também o Filho: o Verbo, que, tendo-se encarnado, é Jesus.

É Jesus que está dentro de nós.

Aprendemos a amá-lo profundamente, por exemplo, nas suas diferentes presenças: na Eucaristia, na Palavra, na unidade entre os irmãos, no pobre, na autoridade que o representa, no fundo do nosso coração.

Mas Jesus está num aspecto particular, que nós reconhecemos e amamos como Esposo da nossa alma: Jesus no seu abandono. E sabemos que Esposo Ele foi e será para nós até o fim da nossa vida.

Foi Ele quem nos amparou em todas as provações da vida, em todas elas, sugerindo-nos como supera-las, como restituir à nossa vida a paz e a força.Jesus Abandonado: o Esposo da nossa alma!



O Espírito Santo


Aquele Espírito do qual conhecemos os efeitos divinos: nas pessoas, nas comunidades renovadas pela sua presença, pela sua atmosfera. Aquele com quem – como se fosse um outro “eu” – nós nos confidenciamos com a certeza de que sempre nos responde quando o invocamos, e que nos sugere palavras de sabedoria, que nos conforta, nos sustenta e nos ama com um amor especial como um amigo verdadeiro. É o nosso amigo, o Espírito Santo.Pai, Esposo, amigo.

O que mais podemos querer? E os três são um, um só Amor, que fez morada no nosso coração.

Reflitamos juntamente com Maria, sobre a qual o Espírito Santo desceu, a potência do Altíssimo, o Pai, estendeu a sua sombra, em quem o Verbo se encarnou.

Mantenhamos e reforcemos com ela esses relacionamentos, enquanto, continuando a viver o momento presente, nos inserimos no presente eterno no qual está Deus, no qual os três vivem, assim como estão presentes no nosso pequeno coração.
Chiara Lubic

[1] Movimentos dos Focolares, movimento católico fundado por Chiara Lubich.[2] Centro de formação internacional do Movimento dos Focolares.

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